


Born Under a Bad Sign
Albert King
O canhoto Albert King era um excelente e desconhecido guitarrista de blues de St. Louis antes de assinar com a Stax Reords, em 1966. Em uma decisão executiva brilhante, King se juntou à banda da casa da Stax, Booker T. & the MG's. A seleção de singles que eles gravaram em 1966 e 1967 foi reunida no marco Born Under a Bad Sing, álbum que selou o casamento entre o soul de Menphis e o blues divertido que parecia sair dos poros do King.Ele dominava totalmente "Lucy", sua Gibson Flying V 1958/59, enquanto castigava com bens tortuosos seu potente cabeçote de baixo Acoustic 260 (ligado a uma caixa 261).
Seu timbre únici e estilo vocal chamaram a atenção de Eric Clapton, que gravou um cover de Born Under a Bad Sing com o Cream, em 1968, e de Steve Ray Vaoughan, que imitou King em quase todos os blues lentos que tocou. Do bend ardente de um tom que abre a faixa-título, passando por Crosscut Saw, As The Years Go Passing By e Oh Pretty Woman (que
entraram para a história como clássicos obrigatórios), este talvez seja o disco de blues elétrico mais influente de todos os tempos.
The Trip
Eletric Flag, com Mike Bloomfield
Não importa de Mike Bloomfield viu o disco como uma oportunidade de explorar o território psicodélico de seu camarada Jimi Hendrix ou como um teste para sua nova e eclética banda, Eletric Flag, The Trip (A Viagem) faz jus ao nome. Como trilha para o filme de Peter Fonda/Dennis Hopper sobre ácido, permitiu que Bloomfield se entregasse a uma grande variedade de estilos em sua Les Paul sunburst com PAF ou uma Tele com escala de rosewood, plugadas em um Fender Twin Reverb. Peter's Trip é orquestral e cinemática, com linhas longas e sustentadas de guitarra Green and Gold tem um toque mariachi.Hobbit utiliza efeitos impressionantes de feedback. Frewghh contém um órgão gótico e linhas de guitarra dissonantes, parecidas com jazz. Bloomfiled entra no modo funk em Fine Jung Thing, mostra suas habilidades de R&B no soul/rock Practice Room e toca como uma britadeira na frenética Flash, Bam, Pow.
Em Gettin ' Hard , parecida com Hoochie Coochie Man, ele
toca blues com total entrega, e essa faixa já vale o preço do ingresso. Bloomfield faria trilhas de outros filmes (inclusive alguns pornôs nos anos 70), mas The Trip ainda é seu mais audacioso projeto de guitarra, que ele considerou uma de suas melhores gravações.
Embora seja, de longe, seu menor sucesso comercial, Little Games é um álbum fascinante que sinaliza o fim do Yardbirds e o começo do que se tornaria o Led Zeppelin. Gravado no estúdio De Lane Lea, em Londres, ao longo três meses, Little Games traz Jimmy Page como único guitarrista. Como já é de se esperar, Page nunca descepciona. Em Tinker, Tailor, Soldier, Sailor, Page usa o truque do arco de violino/wah Vox que o serviria tão bem pelos dez anos seguintes no Zeppelin. O slide estridente de Drinking Muddy Water detona com uma combinação de fuzz e Tele.
Os timbres de Page são alguns dos melhores que já gravou. Equipado com uma Fender Telecaster 1959 (um presente do ex-Yardbird Jeff Beck), uma Vox Phanton XII elétrica de 12 cordas e Vox AC30, Page tinha como armas secretas um pedal de Fuzz Sola Sound Tone Bender MKII e o já citado wah Vox.
Produzido por Mickey Most, Little Games também tem a faixa acústicaWhite Summer, uma canção que mostrava a fascinação de Page pelo Oriente Médio, além de suas habilidades acústicas inspiradas por Bert Jansch.
Em 1967, não era novidade que os Beatles sabiam compor partes legais de guitarra. O que surpreendeu foi a presença maior de instrumentos indianos como cítara, tambura e dilbura nas partes de Harrison. Os fãs dos Beatles conheciam esses sons de gravações anteriores, como Nowegian Wood e Love You To, mas o "beatle silencioso" se deixou levar na verdade na faixa Within You Without You, de Sgt. Pepper's. A canção traz vários músicos convidados, mas o próprio Harrison toca linhas de tambura e cítara, além de violão.
Os Beatles ainda conseguiram deixar sua marca na onda psicodélica com a incrível Lucy in the Sky with Diamonds, de Lennon. As partes da guitarra nessa canção levada por teclados acrescentam profundidade e energia, com Harrison ecoando hipnoticamente os vocais por intermédio de linhas melódicas com fuzz.
Sgt. Pepper's é um dos álbuns mais importantes de todos os tempos. Este disco mudou para sempre a forma como o mundo tocava, escutava e gravava música.
Já se foi a época em que guitarras de braço colado eram mais caras do que instrumentos de braço parafusado. A colagem do braço requer cálculos precisos e um trabalho minucioso. Além da ultilização de madeiras nobres, essa técnica de construção tem sido, por décadas, o referencial das empresas como Gibson e PRS, que encabeçam o hieranquia do mercado.
O sistema CNC agilizou a produção em massa e simplificou a tecnologia de manufatura dos instrumentos. Hoje em dia, é possível encontrar guitarras com braço colado a preços populares, construídas com madeiras alternativas de qualidade. Esse é o caso da Condor CPR Pro II, que possui vibe de instrumento de grife.
A CPR é confeccionada em mogno com tampo figurado de maple. O tampo frontal é arqueado e apresenta frisos nas extremidades. O desenho do corpo é assimétrico, com cutaway duplo. A guitarra apresenta espessura de 45mm na parte central. Os shapes traseiros do instrumento propiciam conforto. O tampo frontal de maple possui espessura fina, e o efeito visual dos veios rebuscados do maple é chamativo.
O braço colado de mogno apreseta um contorno em "C" com pegada de fácil assimilação e execelente tocabilidade. O acesso às casas agudas é execelente.
A escala de rosewwod indiano agrega 22 trastes jumbo bem polidos e nivelados de forma correta. Os marcadores são no formato de trapézio e a medida da escala é de 24,8". O friso lateral do braço foi colocado com perfeição, e o ajuste de fabrica esav bem executado.
Os controle da guitarra consistem em dois botões de volume e um potenciômetro de tonalidade. A chave seletora dos captadores é de três posições e o jack de saída está posicionado na lateral inferior do corpo.
Os dois captadores são hambuckers cerâmicos de ganho moderado com capas douradas. As tarraxas são blindadas e estão na disposição 3x3. A ponte é do tipo Tune-o-matic e o cordal de fixação do encordoamento é do tipo stop tail.
A ação das cordas estava baixa. A regulagem de entonação estava correta e as tarraxas mantiveram e estabilidade da afinação.
O timbre limpo da guitarra é doce e recheado de médios. O captador da ponte ataca com médio-agudos pulsantes. A posição intermediária da chave de seleção produz sons diversos (os dois botões de volume aumentam a gama de timbres) para bases e solos.
O cap. do braço possui um espectro tonal quente e bluseiro - o tempero certo para despejar fraseados desleixados de blues e rock. Bastou adicionar um pouco de reverb, um leve chorus e u delay em tempo curto para obter um som de fusion moderno.
As soniridades clares dessa guitarra são vigorosas. Para obter um timbre cristalino e pontiagudo, uma chave para defasar os humbuckers seria interessante.
No território das distorções, a CPR ofereceu umapersonalidade forte para incrementar estilos de pop e metal e hard rock. Ajustando o pedal de distorção próximo a um Fuzz, é possível é possível invadir a praia do hardcore e punk.
Ainda estamos em fevereiro de 1967, e falaremos de uma das mais importantes e influentes bandas da década em questão.
Antes de tentar superar todos o psicodélicos com Their Satanic Mejesties Request, os Stones lançaram Between the Buttons, um álbum que mostra Keith Richards e os outros Stones remodelando suas antigas influências de R&B. Gravado em Los Angeles, no RCA Studios, e em Londres , no Pye Studios, Between the Buttons traz alguns dos timbres mais pungentes de Keith.
Miss Amanda Jones revela a influência de Chuck Berry em Richards. Em Please Go Home, Richards não apenas imita o groove como também reproduz o timbre de Bo Diddley, com um trêmulo modulado e pulsante. Com sua mistura de blues turbinado e pop (a versão americana do disco traz Let's Spend the Night Together e Ruby Tuesday), Between the Buttons é um álbum essencial.
Março de 1967.
O Velvet Underground - com o guitarrista-solo/vocalista Lou Reed e o guitarrista rítmico Sterling Morrison - compunha canções sobre temas radicais demais para as rádios, como sadomasoquismo, uso de drogas pesadas e excessos em geral. Esse eram assuntos que assustavam as gravadoras na época, mas graças em grande parte ao apoio moral, financeiro e artístico de Andy Warhol e seu Exploding Plastic Inevitable, The Velvet Underground and Nico chegou ao vinil.
Importância sociológica à parte, o peso musical desse disco reside no fato que Reed e companhia também estavam ampliando fronteiras sonoras, combinando a simplicidade do rock de garagem com domínio de ninâmica, timbres dissonantes, ritmos quebrados e afinações incomuns (ouça a afinação e D de All Tommorrow's Parties). As canções variam das melódicas Sunday Morning e I'II Be Your Mirror ao assalto auditivo frenético e as vezes brutal de Heroin e European Son. Morrison alternou entre
um Gibson SG do começo dos anos 60 e uma Gretsch Tennessean na maioria das 11 faixas, mas mudou para uma Vox Phantom VI em Femme Fatale e Run Run Run. Reed tocou com uma Gretsch Country Gentleman com delay e efeito de trêmolo. Ambos usaram amplificadores Vox Super Beatle. Tente achar uma banda indie, punk, pós-punk, plan ou noise que não tenha sido influenciada por esse disco.
Não foi fácil para Peter Green substituir Clapton nos Bluesbrakers de John Mayall no final dos anos 60. Além do público de Mayall ter diminuído com a saída de Slowhand (apelido de Clapton), as pessoas que apareciam nos shows zombavam do novo guitarrista. Imagine a responsábilidade de tal substituição.
Mas Green transformou céticos em crentes com A Hard Road.
Ele mostra uma influência óbvia de Clapton, mas dá para perceber que ele está ganhando personalidade própria. Supernatural, cheia de reverb, é a faixa em que a guitarra mais se destaca no álbum, pois mostra a inventilidade melódica de Green, assim como sua incomparável abordagem vocal na seis-cordas. Sua versão para The Strumble, de Freddie King, prova que Green era um cara que encarava o blues como poucos. Com engenharia de som de Gus Dudgeon, A Hard Road é também um disco com grande som.
Os timbres de Green são uma porrada na cara, com punch britânico e médios ofensivos. Especula-se que Green plugou sua Gibson num combo Marshall JTM 2x12 com valvulas KT66, conhecido com amplificador "Bluesbreaker" que Clapton usou durante seu períodocom Mayall. Não importa o equipamento que Green tenha usado. A Hard Road continua sendo um dos ápicesdo blues britânico.