sexta-feira, 29 de abril de 2011

Resenha - Nevermind - Nirvana

Em Julho de 2010 o guitarrista brasileiro Marcio Okayama disse o seguinte: - Alguns discos são obras definitivas que inauguram uma nova estética, servindo de referência para uma outra erano mercado fonografico, que, por sua vez, acaba sendo o farol de tendências de comportamento. Assim tem sido desde os primordios do rock and roll, nos anos 1950, e nos movimentos musicais que sucederam e formataram a cultura pop.

Um desses disco foi o explosivo Nevermind (1991), do Nirvana, que trazia o hit Smells Like Teen Spirit, uma sátira explícita à futilidade geral dos adolescentes, decretada por meio da fúria da guitarra e das letras de Kurt Cobain. O líder do Nirvana consagrou-se o trovador do niilismo autodestrutivo da juventude e os power chords de Smells Like Teen Spirit formaram um dos riffs mais célebres da guitarra elétrica.
O Nirvana nasceu como um projeto do "atormentado" guitarrista e cantor, mal saído da adolescência. Ele possuía um senso único de poesia associado a um cuidado especial com a composição. Kurt expressava-se com um estilo peculiar de tocar guitarra, caracterizado por influências pós-punk aliadas a harmonias pop básicas e muito barulho.

Ele e o baixista Krist Novoselic criaram um embrião do projeto, ambos profundamente imersos nos sons pesados de bandas obscuras de metal, como Celtic Frost, do qual Kurt soube se apropriar dos sons pesados e riffs agressivos.
A maior contribuição de Cobain para o instrumento foi sua imensa capacidade de traduzir a mensagem direta de suas letras para os riffs, criando uma simbiose única, como comprova a canção Lithium, em que os impulsos autodestrutivos do guitarrista explodem em dissonancias impulsionadas pela cozinha formada por Novoselic e o baterista Dave Grohl (um dos elementos essenciais para o som da banda - hoje é guitarrista e membro fundador da banda Foo Fighters).

Kurt foi também um dos responsáveis pela volta do culto aos equipamentos baratos e obscuros. Prova dessa tendência foi que a Jaguar, originalmente o "patinho feio" da Fender, passou a ser um modelo valorizado no mercado de instrumento musicais.
Para muitos, Cobain foi o ícone maior do movimento grunge, que teve suas bases em Seattle. Para outros, foi o artista que expôs as angústias de toda uma geração. Já para a comunidade guitarrística, foi a prova de que a simplicidade pode ser um canal fundamental para riffs e linhas de guitarra expressarem fortíssimas emoções, como mostram os hinos Come as You Are, In Bloom e Polly, um legado de inspiração para diversas gerações de amantes da seis-cordas.



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