sexta-feira, 29 de abril de 2011

Resenha - Nevermind - Nirvana

Em Julho de 2010 o guitarrista brasileiro Marcio Okayama disse o seguinte: - Alguns discos são obras definitivas que inauguram uma nova estética, servindo de referência para uma outra erano mercado fonografico, que, por sua vez, acaba sendo o farol de tendências de comportamento. Assim tem sido desde os primordios do rock and roll, nos anos 1950, e nos movimentos musicais que sucederam e formataram a cultura pop.

Um desses disco foi o explosivo Nevermind (1991), do Nirvana, que trazia o hit Smells Like Teen Spirit, uma sátira explícita à futilidade geral dos adolescentes, decretada por meio da fúria da guitarra e das letras de Kurt Cobain. O líder do Nirvana consagrou-se o trovador do niilismo autodestrutivo da juventude e os power chords de Smells Like Teen Spirit formaram um dos riffs mais célebres da guitarra elétrica.
O Nirvana nasceu como um projeto do "atormentado" guitarrista e cantor, mal saído da adolescência. Ele possuía um senso único de poesia associado a um cuidado especial com a composição. Kurt expressava-se com um estilo peculiar de tocar guitarra, caracterizado por influências pós-punk aliadas a harmonias pop básicas e muito barulho.

Ele e o baixista Krist Novoselic criaram um embrião do projeto, ambos profundamente imersos nos sons pesados de bandas obscuras de metal, como Celtic Frost, do qual Kurt soube se apropriar dos sons pesados e riffs agressivos.
A maior contribuição de Cobain para o instrumento foi sua imensa capacidade de traduzir a mensagem direta de suas letras para os riffs, criando uma simbiose única, como comprova a canção Lithium, em que os impulsos autodestrutivos do guitarrista explodem em dissonancias impulsionadas pela cozinha formada por Novoselic e o baterista Dave Grohl (um dos elementos essenciais para o som da banda - hoje é guitarrista e membro fundador da banda Foo Fighters).

Kurt foi também um dos responsáveis pela volta do culto aos equipamentos baratos e obscuros. Prova dessa tendência foi que a Jaguar, originalmente o "patinho feio" da Fender, passou a ser um modelo valorizado no mercado de instrumento musicais.
Para muitos, Cobain foi o ícone maior do movimento grunge, que teve suas bases em Seattle. Para outros, foi o artista que expôs as angústias de toda uma geração. Já para a comunidade guitarrística, foi a prova de que a simplicidade pode ser um canal fundamental para riffs e linhas de guitarra expressarem fortíssimas emoções, como mostram os hinos Come as You Are, In Bloom e Polly, um legado de inspiração para diversas gerações de amantes da seis-cordas.



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Entrevista com o virtuose Vinnie Moore

Setembro de 2010 me deixou grandes lembranças. Sinceramente, não havia acompanhado quais os nomes que estariam se apresentando na expomusic, todos sabem que as figurinhas carimbadas como Kiko Loureiro, Edu Ardanuy, Juninho Afram sempre estarão lá, mais é legal se deparar com um ou outro nome internacional tocando em alguma "esquina" do Expo Center Norte. Nesse dia chegamos cedo, e a logo fomos conferir os horarios de apresentação nos stands mais famosos. Sessão de autografos com Kiko Loureiro, Apresentação de Rafael Bittencourt no stand da Yamaha, fui anotando tudo, mas quando cheguei ao stand da Deen observei uma nome e desse a minha noiva Juliana: - Esse não perco de jeito nenhum!


A primeira vez que Vinnie Moore apareceu nas páginas da Guitar Player americana foi na edição de Janeiro de 1985, quando sua demo, contendo um estilo neoclássico eletrizante e insano, chamou a atenção de Mike Varney, fundador da Shrapnel Records e famoso divulgador de virtuoses da guitarra. Varney, cuja coluna ajudou Yngwie Malmsteen, Tony MacAlpine, Paul Gilbert, Jason Becker, Marty Friedman e Greg Howe, estava "absolutamente certo de que Ninnie, um dia, encontraria seu lugar no hall da fama da guitarra".


(Foto tirada pela mulher mais linda do mundo - Te amo Juliana!)

Após 26 anos, parece que Varney estava 50% certo. O primeiro álbum-solo de Moore, Mind's Eye, lançado pela Shrapnel em 1987, provou que Vinnie era um guitarrista inovador e de primeira linha, posição que alcançou graças e gravações, turnês, clínicas, vídeos instrutivos e uma breve passagem como sideman de Alice Cooper. Porém, desde 2003, Vinnie tem se destacado em outro trabalho, ocupando o lugar antes pertencente a Michael Schenker na lendária e seminal banda britânica de metal UFO.


No ano de 2009, Moore estava em jornada dupla, compondo os riffs matadores do último lançamento do UFO, The Visitor, e explorando cenários musicais mais refinados em seu álbum-solo instrumental To the Core. Esses discos foram lançadfos em um intervalo de poucos dias entre eles. Ao ouví-loa, é possível entender como essa duplicidade funciona tão bem na carreira de Moore. Resumindo, Vinnie Moore é um guitarrista extremamente versátil, que consegue tocar frases velocíssimas e complexas, mas sem prescindir de seu notável senso melódico e composicional. Ou como tem dito o perspicaz Varney durante todos esses anos: "O estilo de Moore se equilibra entre linhas cuidadosamente construídas e uma espontaniedade selvagem".
Confira a entrevista que a Guitar Player fez com o guitarrista:

GP: Tendo em vista que a guitarra executa as melodias em To the Core, você passou muito tempo aprimorando seu fraseado para que soasse como um cantor?

Vinnie: Isso depende. Algumas vezes, ouço a melodia em minha cabeça, pego a guitarra e tudo vem à tona. Mas há ocasiões em que percebo que tenho um bom conceito melódico que precisa de uma apimentada. Quando toco algo muito certinho, fica parecendo que estou apenas lendo a música e não interpretando. Quando isso acontece, é melhor começar a experimentar diferentes maneiras de frasear, palhetar e executar bends. A beleza da guitarra da guitarra está em você sempre poder tocar uma mesma melodia em diversas maneiras. A região onde você toca, como executa bends, a intensidade do vibrato - são coisas que afetam não apenas o som, mas também a maneira como a melodia será sentida.

GP: Imagino, então, que você não sea o maior dos adeptos da palhetada alternada.

Vinnie: Não. Realmente, uso bastante palhetada alternada, mas tenho ultilizado mais palhetada híbrida, segurando a palheta com o polegar e o indicador e usando também o dedo médio para atacar as notas. por exemplo, se estou tocando terças quebradas em cordas adjacentes, geralmente alterno entre a palheta e o dedo médio. Quando eu era mais jovem, meu professor costumavatocar dessa maneira, entãoacho que acabei pegando isso inconscientemente. Eu até havia deicado de lado por um tempo, mas acabou retornando naturalmente ao meu estilo. Também notei que tenho movimentado mais o cotovelo do que o pulso quando não estou palhetando.

GP: Qual papel sua mão da escala desempenha em seu fraseado?

Sou canhoto, mas toco a guitarra como destro, então acabei ficando com a minha mão mais forte na escala, o que ajudou muito nos fraseados com ligados. Também sou muito rigoroso com a posição do polegar atrás do braço. Minhas mãos não são grandes, então preciso do máximo de alcance possível.

GP: Você poderia comentar sobre sua técnica de alavanca?

Não sou daqueles que executa mergulhos radicais. Uso a alavanca mais para colorações sutis de vibrato. Ás vezes, movimento o trêmulo em acordes, somente para dar mais um pouco de expressão. Posso também iniciar uma nota com a alavanca abaixada e depois fazer essa nota subir até o som correto. Outras vezes, puxo totalmente o trêmulo para trás e dou somente algumas batidas para proporcionar um leve sustenido às notas.

GP: Sendo um guitarrista tão melódico, você enxerga o braço de alguma maneira diferente do que apenas desenhos de escala?

Quando comecei a tocar, meu professor me fez aprender todas as escalas em todas as posições, de modo que eu pudesse sempre tocá-las em qualquer tonalidade, independente da posição do braço. Na verdade, não enxergo mais o braço em termos de escala. Vejo todas as notas e penso quais posso tocar na tonalidade em que estou. Além disso, passei muito tempo improvisando sobre o que estivesse tocando na hora. Mas é algo que só se aprimora na com o tempo. Você tem de cultivar sua biblioteca de licks e fraseados.

GP: É difícil ser, ao mesmo tempo, artista-solo e guitarrista principal de uma banda lendária de hard rock?

Não é nenhum pouco difícil, pois estou sempre sempre compondo ou tocando e preciso das duas bandas para utilizar todas as minhas idéias. O UFO é uma banda de rock tradicional e direta, então fica muito mais evidente quando uma composição não vai funcionar. Meus projetos-solo sao muito diversificados e minhas idéias mais diferentes acabam indo geralmente para eles.

GP: Mas existem algumas surpresas em The Visitor, como a introdução bluseira de Saving Me.

Foi feita com um violão de cordas de aço dobrado com um violão Dobro, ambos afinados em G aberto. Adoro essa introdução, pois é um exemplo perfeito do que mais me empolga atualmente em termos de composição: fazer algo estilisticamente diferente ou novo. Além disso, na música Rock Ready, exploro o slide de uma forma muito mais profundado que em minhas gravações anteriores. Em To the Core, os divertidos grooves de R&B em transcedence e Soul Caravan possuem em vibe hip-hop que eu nunca havia explorado muito.

GP: Você já trabalhou com músicos extraordinários, como jordan Rudess, Dave LaRue, Stev Smith, Bernie Worrell, Will Calhoun, Andy West, Alice Cooper e Phil mogg. De que maneira esses músicos não-guitarristas influenciaram seu estilo?

É difícil colocar isso em palavras, mas percebi que, quanto mais gravava com pessoas desse calibre, mais isso me ajudava a me aprimorar no que faço. Uma coisa que aprendi com muitos desses caras é ser mais objetivo e ir direto ao ponto nas gravações. Tenho a tendência de ficar obcecado com as coisas - fico incomodado demais se toco uma frase um pouquinho atrasado no tempo ou algo assim. Se me deixarem, fico refazendo as coisas sem parar. É um circulo vicioso porque, quanto mais obcecado você fica com algum detalhe, mais exigente você se torna. Hoje, acho melhor fazer as coisas logo e pronto. Mesmo que as imperfeições continuem a surgir, voc~e tem de aprender a saber quando elas não são importantes.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - Disraeli Gears - Cream

Fala galera do ATG!!!
Depois de um fim de semana mais que prolongado, estamos de volta, e a todo vapor!

Novembro de 1967

Disraeli Gears - Cream

Quando se trata de heróis da guitarra pré-Hendrix, Clapton era um Deus. Quando Chas Chandler disse a Hendrix que gostaria de levá-lo de volta à Grã-Betanha para gravar, a primeira coisa que Hendrix pediu foi: "Você pode me apresentar a Eric Clapton?". Mas quando Clapton e o Crsm estavam para gravar seu aguardado segundo álbum,
Disraeli Gears, Hendrix já havia alterado bastante as coisas - então Clapton tinha que mostrar serviço. Com o engenheiro Tom Dowd (Aretha Franklin, Otis Redding) e o produtor Felix Pappalardi na mesa de mixagem, os Ingleses do Cream foram à América e gravaram em uma mesa de oito canais. O Cream também levou seus amplificadores - grandes e nervosos Marshall JTM de 100 watts -, embora fotos das sessões de gravação mostrassem que combos Fender menores também foram usados.

Chegando a Nova York, a banda se trancou no Atlantic Studios e começou e registrar uma nova canção de Clapton (com letras do artista australiano Martin Sharp), Tales Of Brave Ulysses. Durante um intervalo da gravação, Clapton foi até a loja Manny's, na rua 48, e comprou um wah-wah da Vox. O resto, como dizem, é história, já que Tales é a música que colocou o wah no inconsciente coletivo de guitarristas em todo mundo-especialmente de Hendrix, que diz que a canção foi a primeira vez em que ele ouviu o efeito. Sem dúvida, Sunshine Of Your Love é a faixa pela qual o disco é mais conhecido, com um solo afiadíssimo e um riff tão clássico quanto Smoke On The Water.

Para um cara que já havia incendiado o mundo com seus timbres invenenados no álbum "Beano", dos Bluesbreakers, quase dois anos antes, Clapton repetiu a dose em Disraeli Gears, exibindo seu aclamado "timbre feminino", que ele obteve com várias regulagens do controle de tonalidade de sua guitarra e/ou com seu wah Vox. Os principais exemplos dessa marca registradapodem ser ouvidos em Swwlabr, Outside Womam Blues (uma canção composta pelo bluesman Blind Joe Reynolds), Blue Condition e We're Going Wrong.

Clapton usou duas guitarras nas gravações: uma LesPaul preta de três captadores e um de seus mais famosos modelos, a Gibson SG 1964 pintada pelos artistas Holandeses conhecidos como The Fool. A única exceção foi a primeira - e última - viagem de Clapton com uma 12 cordas elétrica, cortesia de uma Fender XII, em Dance The Night Away.




segunda-feira, 18 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - The Piper At The Gates Of Dawn - Pink Floyd

Bom dia galera!!!Depois de um fim de semana de descanço, estamos de volta com a série "Os melhores álbuns lançados em 1967"!!!

Setembro de 1967

The Piper At The Gates Of Dawn transporta o ouvinte para um mundo fantástico de imagens. Essa viagem se deve, em grande parte, à imaginação surperpsicodélica do líder Roger "Syd" Barret. Os mesmos blues, rock'n'rool e R&B americanos que influênciaram outros guitarristas britânicos influênciaram Barret, mas o que ele tocava não soava nem um pouco como Clapton, Richards ou Harrison. Em Astronomy Domine, por exemplo, as guitarras de Barrett produzem explosões ritmicas excêntricas e arpejos em cascata, além de injetar bends tortuantes, sons atonais, glissandos com eco e feedback. embora sua forma de tocar seja melódica e peculiar, Barrett não sola de forma convencional.



De acordo com o produtor Norman Smith, Barrett tocou vários instrumentos em Piper. As guitarras elétricas incluem sua Danelectro 3021, Fender esquire e, possívelmente, a Fender Stratocaster branca com a qual ele tocou no final de 1967. Quanto aos violões, várias pessoas dizem (inclusive David Gilmour) que ele tocu um Harmony Sovereign 63 e um Yamaha de 12 cordas. Seus amplificadores foram um Selmer Truvoice Treble-N-Bass Fifty e um combo Watkins Dominator.O principal dispositivo de efeitos de Barrett foi um Binson Echorec, uma unidade italiana de eco que gravava em um tambor giratório de metal em vez de fita. em Piper, Barrett usa o Echorec constantemente, transmutando sons (deslizando um isqueiro Zippo sobre as cordas e precionando as cordas sobre os pólos do captador) em texturas ultra-espaciais. Os teclados de Richard Wright, o baixo de Roger Waters e até a bateria de Nick Mason também receberam o tratamento do Binson em vários momentos. Muitos dos efeitos do álbum, porém, foram criados após o final das gravações. "A maioria dos efeitos foi produzida pelo engenheiro Pete Brown e por mim, durante a mixagem", revela Smith. Esse efeitos incluen um delay e fita criado com um gravador de rolo, câmara de eco ao vivo, pan pesado e vários sons extraídos de uma vasta coleção da EMI.


Piper foi gravado no estúdio 3 do EMI Studios (hoje em dia, Abbey Road), enquanto os Beatles estavam ao lado, no estúdio 2, gravando Sgt. Pepper's. Ambos os discos foram registrados em mesas de quatro canais Studer J37, com fitas de uma polegada. Uma gravação do Pink Floyd típica colocava baixo e orgão em um canal e guitarra e baixo em outro, deixando dois canais livres para vocais com overdub e guitarra-solo. No caso de Interstellar Overdrive, os quatro canais foram mixados em dois canais numa segunda máquina de quatro canais, e toda banda gravou uma segunda passagem nos dosi canais remanescentes. Um tempo considerável foi gasto em mixagens mono, mas as mixagens estéreo foram feitas em um único dia. E, ao contrário do que dizem, Smith afirma que Barrett não estava envolvido. "Syd não gostava muito de gravar ou desenvolver sons específicos. Ele gostava de compor e tocar canções, e gravá-las em um único take".


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Resenha - Hell To Pay - Dokken

Boa noite galera!!!

Escrevo a nossso queridos leitores hoje com muita alegria. Primeiro porque hoje é sexta-feira, e amanhã vou dormir até mais tarde pelo menos uma vez na semana. E segundo porque nesse fim de semana estréia no ATG um novo colaborador.
Meu mentor, meu brother e parceiro das seis-cordas, Mr. Cabeça!!! Seja bem vindo e sucesso meu velho!!!
Sem mais delongas, vamos ao nosso post de hoje.

Resenha - Hell To Pay - Dokken

O Dokken fez parte de uma das melhores safras do hard rock americano nos anos 80. Apos a saída do fantástico George Lynch em 2004, para o cd Hell To Pay, sobraram da formação original, apenas o vocalista Don Dokken e o baterista Mick Brown. Já haviam integrado a banda, guitarristas como John Norum, Reb Beach e Alex de Rosso, mas o posto naquele ano pertencia a Jon Levin, que tocou no Warlock noa anos 80. O baixista é o competente Barry Sparks, conhecido por gravar com os renomados, Michael Sckenker, Yngwie Malmsteen e Uji Jon Roth.


Com um time de responsa, o Dokken continuou praticando um hard metal de qualidade inquestionável. Hell To Pay é um álbum pesado e caótico. As letras são densas e lisérgicas - provavelmente Don Dokken estava numa crise existencial profunda. Os arranjos são muito bons. A geometria das músicas é baseada em riffs vigorosos de guitarra, linha vocal com melodias legais e refrãos que grudam na memória. Destaque para The Last Goodbye, Don't Bring Me Down, Escape, Haunted, I Surrender e a bellísima balada Care For You. Prozac Nation e Can You See lembram os velhos tempos da banda.




O guitarrista Jon Levin abusa da sonoridades gordas de captador humbucker e distorção de alto ganho. As bases de guitarra são bacanas. Apesar de ultilizar dinâmicas mais lineares, o guitarrista tem uma pegada visceral. Os solos são bem timbrados, com um reverb sutil e o delay ajustado em tepo longo, lembrando bastante George Lynch. Coincidência? Não. Levin sempre foi fâ de Lynch. Hell to Pay não estaria na lista dos melhores albúm da banda, mas é um trabalho consistente e contém boas canções.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - Agosto de 1967

Agosto de 1967

Born Under a Bad Sign
Albert King

O canhoto Albert King era um excelente e desconhecido guitarrista de blues de St. Louis antes de assinar com a Stax Reords, em 1966. Em uma decisão executiva brilhante, King se juntou à banda da casa da Stax, Booker T. & the MG's. A seleção de singles que eles gravaram em 1966 e 1967 foi reunida no marco Born Under a Bad Sing, álbum que selou o casamento entre o soul de Menphis e o blues divertido que parecia sair dos poros do King.

Ele dominava totalmente "Lucy", sua Gibson Flying V 1958/59, enquanto castigava com bens tortuosos seu potente cabeçote de baixo Acoustic 260 (ligado a uma caixa 261).

Seu timbre únici e estilo vocal chamaram a atenção de Eric Clapton, que gravou um cover de Born Under a Bad Sing com o Cream, em 1968, e de Steve Ray Vaoughan, que imitou King em quase todos os blues lentos que tocou. Do bend ardente de um tom que abre a faixa-título, passando por Crosscut Saw, As The Years Go Passing By e Oh Pretty Woman (que
entraram para a história como clássicos obrigatórios), este talvez seja o disco de blues elétrico mais influente de todos os tempos.

The Trip
Eletric Flag, com Mike Bloomfield

Não importa de Mike Bloomfield viu o disco como uma oportunidade de explorar o território psicodélico de seu camarada Jimi Hendrix ou como um teste para sua nova e eclética banda, Eletric Flag, The Trip (A Viagem) faz jus ao nome. Como trilha para o filme de Peter Fonda/Dennis Hopper sobre ácido, permitiu que Bloomfield se entregasse a uma grande variedade de estilos em sua Les Paul sunburst com PAF ou uma Tele com escala de rosewood, plugadas em um Fender Twin Reverb. Peter's Trip é orquestral e cinemática, com linhas longas e sustentadas de guitarra Green and Gold tem um toque mariachi.

Hobbit utiliza efeitos impressionantes de feedback. Frewghh contém um órgão gótico e linhas de guitarra dissonantes, parecidas com jazz. Bloomfiled entra no modo funk em Fine Jung Thing, mostra suas habilidades de R&B no soul/rock Practice Room e toca como uma britadeira na frenética Flash, Bam, Pow.


Em Gettin ' Hard , parecida com Hoochie Coochie Man, ele
toca blues com total entrega, e essa faixa já vale o preço do ingresso. Bloomfield faria trilhas de outros filmes (inclusive alguns pornôs nos anos 70), mas The Trip ainda é seu mais audacioso projeto de guitarra, que ele considerou uma de suas melhores gravações.





segunda-feira, 11 de abril de 2011

Teste - Epiphone LesPaul Custom.

Quando você pensa em uma guitarra modelo LesPaul o que lhe vem a cabeça? Sei que é uma pergunta dificil de ser respondida pois cada leitor terá um pensamento diferente. Em minha mente, as primeiras imagens que aparecem são as dos ícones que empunharam essa lendária guitarra. Nomes como Jimmy Page, Slash, Zakk Wilde, Ace Frehley, Joe Perry entre outros tantos nomes.

Nunca tive uma LesPaul, mas sempre bate aquela curiosidade para saber como seria tocar em um "LP". Nas caroçadas, já tinha experimentado algumas vezes esse modelo, porém nunca havia tido um contato mais prolongado com tal instrumento.
Porém, certa vez, estava eu conversando com um camarada de meu trampo e o cara me disse estar vendendo ou trocando sua LesPaul modelo Epiphone Custom white, e como havia uma amigo interessado em trocar sua Ibanez em uma guita sem floyd, entrei em contato com o cara. Os dois conversaram e combinaram que eu levaria a LP para que meu camarada desse uma avaliada, porém era uma sexta-feira eu só voltaria a vê-lo para entregar a guitarra na segunda. Que delícia!!! Um fim de semana para desfrutar de verdade de uma LP. Perguntei se havia algum problema se eu tocasse com ela em minha banda, e para minha grande alegria o cara disse que não haveria problema. Então, Let's rock!!!
A guitarra em questão era uma Epiphone Les Paul custom 2002 de cor branca fabricada pela Unsung Coreia com corpo e braço em corpo e braço de mogno. Ela tem o top abaulado e o corpo bastante arredondado, bem ao estilo Gibson. A escavação por onde passa a fiação dos captadores e da chave seletora é bem grande, e acho que por esse motivo a guitarra não é excessivamente pesada.

O braço é muito bem construído, e bastante confortável, seu 1°traste tem uma espessura de aproximadamente 21mm, e quando chega ao 9° traste a espessura é de 26mm, isso faz com que o seja um braço bem gordo, remetento ao estilo anos 50 da Gibson (alguns dizem que o som é melhor). O acesso aos últimos trastes foi bem comlicado para mim que estou acostumado com Strato, mais nada que um tempinho de treino e adaptação não resolvam. As Marcaçoes de bloco são feitas ao estilo madeperola brilhante.

Os captadores são feitos em alnico: ponte Epiphone hot 14k, braço Epiphone 57 8k. Nesse quesito senti falta dos agudos "estralados" de minha strato, e nas notas mais graves com distorção senti o timbre meio embolado, com som limpo, ela oferece um som gordo e agradável. O Hardware é todo dourado, desde tarraxas até a ponte cordal. Os potênciometros são de 500k tipo grande, bem próximos aos de uma Gibson. O compartimento eltrico da Epiphone Unsung é bem protegido com uma tinta preta semi condutiva para fazer uma especie de blindagem.
Para os que gostam do modelo, é uma excelente relação custo-benefício.

sábado, 9 de abril de 2011

Série - Os melhores álbuns lançados em 1967 - Are You Experienced - The Jimi Hendrix Experience

Agosto de 1967

Sejamos hinestos, muitos álbuns essenciais de 1967 soam datados. Mas não é o caso de Are You Experiences. Nada de cítaras ou melodias pop grudentas. Apenas canções matadoras, sem tapa-buracos. Gravado na Inglaterra em vários estúdios (Pye, Regent, Kengway, Olympic, entre outros), é impressionante a rapidez com que Are You Experienced ficou pronto. Hendrix chegou a Londres em 24 de Setembro de 1966. Ele tocou com Mitch Mitchell e Noel Redding pela primeira vez no dia 5 de outubro. Após alguns shows (a maioria na França), a banda entrou no Kingway Studios e gravou Hey Joe, em 23 de outubro. Ou seja, em menos de um mês, Hendrix e o Experience haviam iniciado o processo criativo do que seria a expressão mais poderosa da guitarra elétrica. E ele nem havia escrito Purple Haze ainda.

Gravado em quatro canais, com delay de fita, compressão, equaalização e efeitos de pan, Are You experienced traz a clássica configuração de Hendrix: Fender Stratocaster (com escala rosewwod) plugada em amplificadores Marshall. Num show nos arredores de Londres, em um clube chamado Chiselhurst Caves,um jovem obsecado por eletrônica chamado Roger Mayer deu a Hendrix um dispositivo esquisito quie duplicava a frequência e produzia um timbre uma oitava mais alto do que a nota tocada. Mais tarde, esse pedal se tornaria o octavia. É possível escutálo em todo disco, mais notadamente wem Fire e Purple haze (escute também as partes por trás do solo - é uma demência total de guitarra!). "Jimi também usou um pesal Arbiter Fuzz Face modificado", diz Mayer, "assim como outras distorções e overdrives que fiz para as sessões".

Embora Are you Experienced tenha asombrado os ouvintes por causa da depravação sonora de canções como I Don't live today, Love or Confusion e Manic Depression, são as músicas mais delicadas que revelam o verdadeiro talento de Hendrix. The Wind Cries Mary (que segundo o produtor Chas Chandler, foi gravada em 20 minutos) é um exemplo de como Hendrix pegou os acompanhamentos de nomes como Curtis Mayfield e os remodelou para que eles se encaixassem em suas próprias canções. Um das faixas que se destaca do resto é May This Be Love, canção que Hendrix preenche com timbres brilhantes de Strato e um solo que talvez seja uma de suas expressões melódicas mais líricas e concisas. O que torna este álbum eterno e ainda mais incrível, no entanto, é o fato de Hendrix ser um produto de seu tempo, pois ele lapidou seu talento no circuito de pequenos clubes dos EUA, acompanhando vocalistas e tocando blues, e R&B. E então, aparentemente do nada, surge um álbum de estréia com canções clássicas, timbres sobrenaturais e um estilo de guitarra sólido, que ainda soa novo, 44 anos depois.



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - Little games - The Yardbirds

Julho de 1967

Embora seja, de longe, seu menor sucesso comercial, Little Games é um álbum fascinante que sinaliza o fim do Yardbirds e o começo do que se tornaria o Led Zeppelin. Gravado no estúdio De Lane Lea, em Londres, ao longo três meses, Little Games traz Jimmy Page como único guitarrista. Como já é de se esperar, Page nunca descepciona. Em Tinker, Tailor, Soldier, Sailor, Page usa o truque do arco de violino/wah Vox que o serviria tão bem pelos dez anos seguintes no Zeppelin. O slide estridente de Drinking Muddy Water detona com uma combinação de fuzz e Tele.



Os timbres de Page são alguns dos melhores que já gravou. Equipado com uma Fender Telecaster 1959 (um presente do ex-Yardbird Jeff Beck), uma Vox Phanton XII elétrica de 12 cordas e Vox AC30, Page tinha como armas secretas um pedal de Fuzz Sola Sound Tone Bender MKII e o já citado wah Vox.





Produzido por Mickey Most, Little Games também tem a faixa acústicaWhite Summer, uma canção que mostrava a fascinação de Page pelo Oriente Médio, além de suas habilidades acústicas inspiradas por Bert Jansch.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - The Beatles

"Seria um disco criado em estúdio e haveria canções que não poderiam ser tocadas ao vivo". Assim falou George Martin sobre a obra-prima dos Beatles, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Cansados da gaiola que a fama havia construído ao redor deles, os membros da maior banda do mundo estavam determinados a se distanciar do formato com duas guitarras, baixo e bateria - que havia funcionado tão bem para eles - e explorar orquestração mais elaboradas, novos sons de teclados e instrumentos orientais exóticos. Os Beatles também estavam interessados em usar o estúdio como instrumento em si.



Há momentos clássicos de seis-cordas no álbum. A introdução de guitarra em Getting Better é Beatles ao extremo. A Day in the life tem John Lennon tocando seu Gibson J-106E. Ele toca esse violão - com George Harrison empunhando o mesmo modelo - em Lovely Rita. Paul McCartney gravou alguns solos - Being for the Benefit of Mr. Kite! e Good Morning, Good Morning - com uma Fender Esquire (um modelo para destros encordoada como para canhotos) plugada em um Selmer Zodiac Twin 50 Mark II. Estão presentes ainda suas Epiphone Casino, a Gibson SG de Harrison e uma variedade de amplificadores Vox (como os modelos Defiant, de 100 watts, e conConqueror, de 70 watts), mas é impossível dizer exatamente em que momentos foram usados. Andy Baiuk, autor do livro Beatles Gear, explica:"Eles nem sabem o que tocaram em várias dessas faixas. estavam tão determinados em não fazer o que haviam feito antes que as escolhas dos instrumentos foram aleatórias".

Em 1967, não era novidade que os Beatles sabiam compor partes legais de guitarra. O que surpreendeu foi a presença maior de instrumentos indianos como cítara, tambura e dilbura nas partes de Harrison. Os fãs dos Beatles conheciam esses sons de gravações anteriores, como Nowegian Wood e Love You To, mas o "beatle silencioso" se deixou levar na verdade na faixa Within You Without You, de Sgt. Pepper's. A canção traz vários músicos convidados, mas o próprio Harrison toca linhas de tambura e cítara, além de violão.

Os Beatles ainda conseguiram deixar sua marca na onda psicodélica com a incrível Lucy in the Sky with Diamonds, de Lennon. As partes da guitarra nessa canção levada por teclados acrescentam profundidade e energia, com Harrison ecoando hipnoticamente os vocais por intermédio de linhas melódicas com fuzz.
Sgt. Pepper's é um dos álbuns mais importantes de todos os tempos. Este disco mudou para sempre a forma como o mundo tocava, escutava e gravava música.




terça-feira, 5 de abril de 2011

Teste - Condor CPR Pro II

Em meados de 2010, fui até a Timbres Instrumentos Musicais, acompanhar o Cabeça e o "Gui", um guitarrista bem jovem e muito promissor, que estava no gás pra comprar sua primeira "guitarra de verdade".
Quando se é jovem, o que mais atrai não é a qualidade, ou o custo-benefício, mais sim o aspecto visual e também como eu costumo chamar, a famosa "modinha".
Na ocasião, o "piá" não tinha muita grana para investir e partimos em busca de algo mais acessível. Sugerimos desde Tagimas strato, até Condors que estavam em um preço agradável, mais Stratos definitivamente não estavam nos planos do muleque, o carinha estava disposto a adiquirir algo, na sua visão, "diferente". Testamos duas guitarras, uma Tagima PR 100 - que por sinal, foi a guitarra que o Guilherme escolheu - e uma guitarra que com certeza se eu tivesse um cash a mais no dia teria levado para casa.


A guitarra em questão era uma Condor CPR Pro II, uma "delícia" de instrumento.

Já se foi a época em que guitarras de braço colado eram mais caras do que instrumentos de braço parafusado. A colagem do braço requer cálculos precisos e um trabalho minucioso. Além da ultilização de madeiras nobres, essa técnica de construção tem sido, por décadas, o referencial das empresas como Gibson e PRS, que encabeçam o hieranquia do mercado.

O sistema CNC agilizou a produção em massa e simplificou a tecnologia de manufatura dos instrumentos. Hoje em dia, é possível encontrar guitarras com braço colado a preços populares, construídas com madeiras alternativas de qualidade. Esse é o caso da Condor CPR Pro II, que possui vibe de instrumento de grife.

A CPR é confeccionada em mogno com tampo figurado de maple. O tampo frontal é arqueado e apresenta frisos nas extremidades. O desenho do corpo é assimétrico, com cutaway duplo. A guitarra apresenta espessura de 45mm na parte central. Os shapes traseiros do instrumento propiciam conforto. O tampo frontal de maple possui espessura fina, e o efeito visual dos veios rebuscados do maple é chamativo.
O braço colado de mogno apreseta um contorno em "C" com pegada de fácil assimilação e execelente tocabilidade. O acesso às casas agudas é execelente.
A escala de rosewwod indiano agrega 22 trastes jumbo bem polidos e nivelados de forma correta. Os marcadores são no formato de trapézio e a medida da escala é de 24,8". O friso lateral do braço foi colocado com perfeição, e o ajuste de fabrica esav bem executado.


Os controle da guitarra consistem em dois botões de volume e um potenciômetro de tonalidade. A chave seletora dos captadores é de três posições e o jack de saída está posicionado na lateral inferior do corpo.
Os dois captadores são hambuckers cerâmicos de ganho moderado com capas douradas. As tarraxas são blindadas e estão na disposição 3x3. A ponte é do tipo Tune-o-matic e o cordal de fixação do encordoamento é do tipo stop tail.

A ação das cordas estava baixa. A regulagem de entonação estava correta e as tarraxas mantiveram e estabilidade da afinação.
O timbre limpo da guitarra é doce e recheado de médios. O captador da ponte ataca com médio-agudos pulsantes. A posição intermediária da chave de seleção produz sons diversos (os dois botões de volume aumentam a gama de timbres) para bases e solos.
O cap. do braço possui um espectro tonal quente e bluseiro - o tempero certo para despejar fraseados desleixados de blues e rock. Bastou adicionar um pouco de reverb, um leve chorus e u delay em tempo curto para obter um som de fusion moderno.
As soniridades clares dessa guitarra são vigorosas. Para obter um timbre cristalino e pontiagudo, uma chave para defasar os humbuckers seria interessante.

No território das distorções, a CPR ofereceu umapersonalidade forte para incrementar estilos de pop e metal e hard rock. Ajustando o pedal de distorção próximo a um Fuzz, é possível é possível invadir a praia do hardcore e punk.

O captador do braço oferece um grave encorpado que embolou nos fraseados rápidos. Com delay, ele soou abafado nos bordões. O captador da ponte é agressívo e possui um ataque rápido. Em bases velozes, soa percussivo. Em solos enérgicos, é um captador com doses generosas de médios.
Em termos de sustentação, o captador do braço surpreende pelo seu poder ressonante. Já o captador da ponte não decepciona, possui boa sustentação e os harmônicos são manipuláveis. A microfonia incomodou um pouco em volumes altos.
Conclusão
A CPR Pro II é uma guitarra que encanta pelo visual. O trabalho de construção é muito bom. Os timbres percorrem vários estilos: pop, metal, fusion, e blues. As ferragens são conceituadas e os captadores apresentam um rendimento satisfatório. O conjunto da obra é harmonioso. Indicada para guitarristas que procuram um instrumento com jeitão de profissional, mas de preço acessível.


Video Felipe Rinke - Excente guitarrista!



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Serie - Os melhores albúns lançados em 1967 - The Rolling Stone - The Velvet Underground

Fala galera!!!
Primeiramente, quero agradecer todos aqueles que estão acompanhando nosso blog. Sempre que acesso a página, me surpreendo com a quantidade de visitas que o ATG está alcançando. E isso só aumenta a vontade de trazer mais e mais matérias legais para nossos companheiros das seis-cordas.
Segundamente, rsrs, como nesse fim de semana fiquei impossibilitado de postar algo novo, iremos falar não de um, mais de dois dos melhores álbuns lançados em 1967.

Ainda estamos em fevereiro de 1967, e falaremos de uma das mais importantes e influentes bandas da década em questão.



Antes de tentar superar todos o psicodélicos com Their Satanic Mejesties Request, os Stones lançaram Between the Buttons, um álbum que mostra Keith Richards e os outros Stones remodelando suas antigas influências de R&B. Gravado em Los Angeles, no RCA Studios, e em Londres , no Pye Studios, Between the Buttons traz alguns dos timbres mais pungentes de Keith.




Miss Amanda Jones revela a influência de Chuck Berry em Richards. Em Please Go Home, Richards não apenas imita o groove como também reproduz o timbre de Bo Diddley, com um trêmulo modulado e pulsante. Com sua mistura de blues turbinado e pop (a versão americana do disco traz Let's Spend the Night Together e Ruby Tuesday), Between the Buttons é um álbum essencial.

Março de 1967.

O Velvet Underground - com o guitarrista-solo/vocalista Lou Reed e o guitarrista rítmico Sterling Morrison - compunha canções sobre temas radicais demais para as rádios, como sadomasoquismo, uso de drogas pesadas e excessos em geral. Esse eram assuntos que assustavam as gravadoras na época, mas graças em grande parte ao apoio moral, financeiro e artístico de Andy Warhol e seu Exploding Plastic Inevitable, The Velvet Underground and Nico chegou ao vinil.



Importância sociológica à parte, o peso musical desse disco reside no fato que Reed e companhia também estavam ampliando fronteiras sonoras, combinando a simplicidade do rock de garagem com domínio de ninâmica, timbres dissonantes, ritmos quebrados e afinações incomuns (ouça a afinação e D de All Tommorrow's Parties). As canções variam das melódicas Sunday Morning e I'II Be Your Mirror ao assalto auditivo frenético e as vezes brutal de Heroin e European Son. Morrison alternou entre
um Gibson SG do começo dos anos 60 e uma Gretsch Tennessean na maioria das 11 faixas, mas mudou para uma Vox Phantom VI em Femme Fatale e Run Run Run. Reed tocou com uma Gretsch Country Gentleman com delay e efeito de trêmolo. Ambos usaram amplificadores Vox Super Beatle. Tente achar uma banda indie, punk, pós-punk, plan ou noise que não tenha sido influenciada por esse disco.



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Série - Os melhores albúns lançados em 1967 - John Mayall's Bluesbreakers

Fevereiro de 1967

Não foi fácil para Peter Green substituir Clapton nos Bluesbrakers de John Mayall no final dos anos 60. Além do público de Mayall ter diminuído com a saída de Slowhand (apelido de Clapton), as pessoas que apareciam nos shows zombavam do novo guitarrista. Imagine a responsábilidade de tal substituição.
Mas Green transformou céticos em crentes com A Hard Road.



Ele mostra uma influência óbvia de Clapton, mas dá para perceber que ele está ganhando personalidade própria. Supernatural, cheia de reverb, é a faixa em que a guitarra mais se destaca no álbum, pois mostra a inventilidade melódica de Green, assim como sua incomparável abordagem vocal na seis-cordas. Sua versão para The Strumble, de Freddie King, prova que Green era um cara que encarava o blues como poucos. Com engenharia de som de Gus Dudgeon, A Hard Road é também um disco com grande som.





Os timbres de Green são uma porrada na cara, com punch britânico e médios ofensivos. Especula-se que Green plugou sua Gibson num combo Marshall JTM 2x12 com valvulas KT66, conhecido com amplificador "Bluesbreaker" que Clapton usou durante seu períodocom Mayall. Não importa o equipamento que Green tenha usado. A Hard Road continua sendo um dos ápicesdo blues britânico.