sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Marcio Sanches - Queen Cover

Em 2005 fui ao SESC afim de jogar aquele futsal que era de lei nos fins de semana.
Acontece que aquele dia me recusei a entrar em quadra, e não porque eu estava me sentindo mal, ou porque eu havia brigado com alguém. O fato é que quando eu cheguei tinha um big palco montado e uma Guild Brian May no suporte, só esperando para ser ligada, me sentei bem em frente ao palco, pedi uma soda limonada e um salgado de presunto e queijo e fiquei esperando ancioso para ver quem empunharia aquela maravilha de 6 cordas.
Após alguns minutos subiu um cabeludo ao palco e plugou a garotinha em um Meteoro MAK3000, o primeiro acordo que soou das cordas da Guild não me deixou dúvida de que tinha sido válida a minha permanencia no local.
Após a banda passar o som, o cabeludo desceu pra tomar um refri na lanchonete, e adivinha o que aconteceu? Eu fui atrás de conhecer o cover mais perfeito que já ouvi de Brian May.

Se tratava de Marcio Sanches, guitarrista da banda QUEEN COVER, grupo que surgiu em 1989 é completo por Eddie Star (voz), Reinaldo Kramer (bateria e vocal) e André Trulio (baixo e vocal). Na época eu ainda não tinha o blog então conversei um pouco sobre a banda e sobre como ele estudou parra chegar até aquela proximidade de timbres que havia entre ele e May. Marcio até me levou no palco para me mostrar a guitarra e seus pedais, pois compartilhei minha obseção por equipamentos.


Para a minha surpresa a GUITAR PLAYER em setembro de 2007 fez uma entrevista muito legal com o guitarrista. Vamos conferir!!!
Quais regulagens você ultiliza para aproximar sua sonoridade à de Brian May?
Procurei muitos tipos de distorção e delay. Encontrei o pedal Panning Delay RPS-10, da Boss, e consegui o delay estéreo. Depois comprei um pedal fundamental, o Treble Boost, do Pete Cornish, que é um volume para enfatizar os agudos. Antes fazia a seguinte configuração: Guild Brian MAy no Cry Baby, que conectava ao Treble Boost (com seu único botão de regulagem em 75%). O Treble Boost era conectado ao Mayhen, um pedal de distorção feito pelo Greg Fryer, grande conhecedor do som de May. A regulagem é volume em 70% e drive em 100% e tonalidade em 75%. Ligo esse pedal no Panning Delay com o seguinte ajuste: Range em 2 segundos, Fine em 75% e Feedback level em 0%, Delay tone em 85% e Level em 85%. Como o Panning Delay é estéreo, a saída 1 (800ms) vai para o primeiro amplificador e a saída 2(1600ms), para o segundo. Na época, usava o canal Normal do Vox AC30 e a entrada do canal limpo do amplificador Cristalino, da Meteoro. Usava também uma moeda inglesa de seis pences como palheta, para obter quase um chorus.
Hoje com o pedal Digitech Red Special, conecto a Guild no Cry Baby, que vai para o Mayhem ao Digitech Red Special (ganho e nívele grave em 75%, agudo e botão Control em 50%, Guitar no 50% e modelo no 6). A saída 1 vai para o primeiro amplificador e e a saída 2, para o segundo. Meu amplificador é o modelo MAK3000, da Meteoro, cuja regulagem é: canal limpo, presence em 20%, grave em 80%, médio em 30% e agudo em 20%.
Quais são opções mais em conta para conseguir essa sonoridade?
Creio que seja o Digitech Red Special , que já vem com o timbre pronto e é muito próximo do original. Pode-se comprar uma guitarra barata com single-coil, dois amplificadores pequenos de 15 watts, um pedal de delay estéreo e um de distorção. Uma boa opção pode ser tocar com uma moeda de 10 centavos, para conseguir um timbre diferente e se acostumar a usar moeda, como Brian. Por último, pode-se colocar uma chave para inverter a fase do captador de sua guitarra para gerar novos timbres. Outra dica legal é deixar o wah-wah ligado sem ultilizá-lo, criando um som "nasalado"..
Você fez alguma alteração nos seus equipamentos para alcançar a sonoridade de May?
Modifiquei a alavanca da Guild, mais não mudei muito além de um parafuso e uma borrachinha para melhorar a afinação. Reposicionei os captadores e meu luthier Murilo, fez as bases internas de cada um deles para melhorar o sustain e deixá-lo mais natural. Não mudo nada nos pedais, o Digitech Red Special, é perfeito. Nos amps deixo os canais o mais clean possível.
Quais os principais truques de Brian May?
Suas marcas registradas são bom gosto, criatividade e muito feeling. Seu modo de gravar várias camadas de guitarra em estúdio veio dos antigos grupos de jazz, em que cada instrumento toca uma nota de cada vez, e não frases inteiras. Isso cria um efeito em cascata. Com uma mixagem perfeita, forma um som único, que levou muitos, na época, a pensar ser sintetisador e não guitarra. Ao vivo, para criar efeitos de dobra, Brian May usava e abusava de suas câmaras de eco Echoflex. Sempre o delay era acionado, saía primeiro o som puro e depois outro em 800ms (à direita) e um em 1600ms (á esquerda). O efeito da dobra era diferente do disco, mais ajuda a preencher o som do Queen. A música Brington rock é um bom exemplo. Como criou sua própria guitarra com o pai, May abriu mais uma porta na música para os guitarrista Luthiers.
Quanto tempo demorou para chegar ao som de Brian May?

Estudo seu som ddesde 1989. O pedal Digitech Red Special tem 14 sons prontos do Brian May e, melhor de tudo, criados pelo próprio. Uso em shows e workshops. Com o tempo, consegui a Guild Brian May, o Treble Boost, o AC30 e a moeda de seis pence para usar como palheta. Cheeguei bem perto do som do Brian, eceto, evidentemente, por sua pegada.

O que ajuda a tocar como o ídolo?

Comprar equipos de qualidade, estudar e ouvir bastante a técnica de seu ídolo. Se puder, assista aos vídeos de show e prestee atenção nos dedos e em quais casas ele está tocando. Fique atento à afinação. Mesmo quee tire os solos iguais, procure improvisar um pouco, pois irá ajudá-lo a perceber o quanto seu ídolo é bom.

Mesmo sendo cover, você tem espaço para inserirr seu estilo?


Quando comecei a tocarr e compor, logo imaginei como seria ter um grupo. Minhas idéias ainda estão na cabeça e as guardo até hoje. Nos shows com o Queen Cover e workshops que realizo, é normal tocar alguma melodia minha no meeio de um solo. Tocar Queen após tantos anos mee deu uma base muito segura para criar e eespero poder gravar um disco de músicas próprias em breve.

O que um guitarrista precisa para ser um bom cover?

Manter o respeito e a mesma vibe do som. Se você toca uma música que não seja sua e consegue o mesmo equilíbrio emocionaal, soará honesto. Nunca estudei para ser cover, foi um processo natural em que fiquei surpreso. É demorado para adquirir o equipamento necessário e a guitarra certa, pois é muito caro, mas nada impede de praticar ccom um violão barato e ouvir músicas para manter-se inspirado.


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