sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Furacão - Van Halen

Me apaixonei pelo som da guitarra através de meu tio que era e ainda é fã do Guns.
Como todo muleke que ouvi o timbre afiado e os riffs magistrais do "Cara da cartola", achei que Slash fosse o melhor guitarrista do mundo (apesar de ser um grande fã de seu trabalho e músicalidade, só depois que ganhamos maturidade músical entendemos que a guitarra não se classifica em melhor ou pior) e que nunca iria ver um guitarrista superar aqueles solos que eu imaginava que fossem impossíveis de serem tocados. O tempo foi passando e minha curiosidade em conhecer o novo foi crescendo, assim conhecí a "Donzela de aço", a galera de James Hetfield o "Madman" e outras bandas clássicas. Meu conceito sobre quem seria o "melhor guitarrista" começou a mudar.
Em 1996 aconteceu um fato chato com minha familia, onde um pilantra tentou desviar uns materiais ultilizando o barracão onde meu pai tinha uma oficina, e dentre os transtornos que esse fato gerou, algo de bom aconteceu. Depois que o material foi retirado ficaram algumas coisas "sem valor" no barracão e no meios desse objetos encontramos uma caixa com cd's. Tinha de tudo um pouco, de pagode à MPB, e lá fui eu garimpar algo de interressante para ouvir no primeiro toca cd's que tinha comprado com meu suado dinheirinho. Achei "O mundo ancantado" do Ultrage a Rigor, cd que eu guardo com carinho até hoje, também tinha um clássico de Zezé de Camargo & Luciano, esse fiz questão de quebrá-lo com muito, muito e muito carinho.

Quando tinha visto quase todas as caixinhas, vi uma capinha vermelha com faixas brancas e pretas intitulado "The Best of Both Words" de Van Halen. Foi uma baita sacanagem porque quando coloquei o disco pra rolar a primeira faixa foi Erupition, e cara, eu não tinha palavras para descrever o que havia escutado, só pra ter uma idéia eu ouvi a primeira faixa 6 vezes antes de passar para a segunda que era Its' About Time.
Assim como eu lembro de tudo isso, muitos guitarristas que já tocavam nos anos 70 também se lembram exatamente do momento que ouviram o Van Halen pela primeira vez. Como um vulcão em erupção, o homônimo disco de estréia da banda, lançado em 1978, capturou um espetáculo explosívo e impressionante: quatro rapazes cheios de adrenalina e loucos por diversão cujo o som era tão poderoso que levou a uma das mais incríveis ascensões da história do rock.

A banda que começou nos subúrbios de Los Angeles logo passou a realizar shows no Pasadena Civic Auditorium para mais de 3.000 pessoas, mesmo sem albúm gravadonem empresário. Em seguida, conseguiu um contrato com a Warner e, a partir daí, vendeu mais de 50 milhões de
discos apenas nos Estados Unidos. Em cada uma de suas fases, o som da banda partia de uma forte reconstrução do papel da guitarra no rock, graças a um gênio nascido na Holanda: Edward Lodewijk Van Halen.
Quando Neal Schon, do Journey, colocou o álbum VAN HALEN em um toca-discos, em 1978, ele se achou, pela primeira vez na vida, perdido tentando descobrir o que o outro guitarrista estava fazendo. Mais tarde, naquele ano, o Van Halen - com o vocalista David Lee Roth, o baixista Michael Anthony, o baterista Alex Van Halen e o irmão mais novo de Alex, Eddie - abriu para o Journey em uma turnê nos Estados Unidos. " Era como levar uma surra todas as noites", lembra shon, humildemente, sobre ter Eddie em sua turnê. "Ronnie Montrose também estava abrindo e ele odiava tocar entre os dois grupos. Ru dizia a ele: 'Cara, ainda bem que é você que toca depois deles e não eu!'",
Joe Perry (Aerosmith) confessa abertamente que também "sentiu o calor" daquele furacão de Pasadena. " Sozinho, Eddie levou a a guitarra a outro patamar", reflete o músico décadas depois. "Éramos os headliners consagrados dos estádios e lá estavam aqueles jovens iniciantes, prontos
para pegar nosso lugares. O impressionante em Van Halen era que ele tocava coisas que eu já havia ouvido antes, mas, mesmo assim, tudo soava muito novo. Por exemplo aquele som de eco de fita [no final de ERUPITION] era um velho truque que eu nunca teria feito. Mas Eddie era da
geração seguinte, e tudo era novidade para ele. Eddie estava tocando para uma nova geração de garotos que não cresceram ouvindo essas coisas, portanto, ele foi muito esperto ao usar truques como esse com sua naturalmente brilhante maneira de tocar. De repente, Eddie iniciou um movimento de novos guitarristas na Costa Oeste dos EUA".
Esse movimento começou com um garoto no porão de sua casa absorvendo quase todas as tendências imagináveis da guitarra, construindo suas próprias guitarras híbridas, levando o blues rock a temperaturas mais altas e a velocidades supersônicas, desenvolvendo revolucionárias técnicas de guitarra rock e criando o mais impressionante e inspirador timbre desde Hendrix.

Esse garoto era, e ainda é, Eddie Van Halen!!!


Um comentário:

  1. MUITO BOM!!!! eu tabém passa que o Slash era o maior guitarrista do mundo

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