segunda-feira, 4 de julho de 2011

Entrevista - Robinho Barreto


Vamos estrear a série de entrevistas com o guitarrista Robinho Barreto, uma lenda do cenário underground carioca e referência para muitos guitarristas, tanto pelo seu trabalho com as bandas Blasterror e Necromanicide, quanto como Professor, sideman e seu trabalho solo em lançamento.




1 - Quem é o guitarrista Robinho Barreto?

RB- Carioca, amante das artes (música, desenho, etc.) independente de "rótulos" e estilos. um cara da paz, Cristão, "Zen", e também cheio de defeitos e manias como qualquer ser humano.

2 - Fale um pouco da sua guitarra e da sua participação nas bandas Necromanicider, Blasterror e como professor e guitarrista solo;

RB- Bom, minhas guitarras não tem nada de especiais, na verdade, são até simples em comparação com outros guitarristas. Eu acredito muito na mão e no bom gosto do músico para encontrar o timbre certo para determinado trabalho e com um Amp. de boa qualidade.
o Necromanicider foi a primeira banda que participei com um trabalho sério no underground carioca no início dos anos 90. foi uma escola para mim, pois até então eu só havia tocado em "bandinhas de garagem" (que não saía da garagem...rssrsrrs). fizemos vários shows no circuito carioca por muitos anos e fora do Rio também (SP, MG, DF, ES). Gravei com eles o primeiro CD de uma banda underground carioca (The revelations of third Millenium) em 96.
a banda se disolveu em 98, então o Jesus baixista (R.I.P.), Amichi Jr. resolvemos montar um projeto chamado Blasterror, na qual fizemos bastante shows na cena carioca até lançarmos em 2000 o cd Demo ao vivo captado de um show realizado em Caxias- RJ. e depois em 2004 gravamos um EP com 5 músicas chamado "Back to the Front" www.myspace.com/blasterror.
e estou em vias de lançar meu primeiro vôo como guitarrista solo instrumental no CD "Guitarrista do Sinal Vermelho" www.myspace.com/robinhobarreto.

3 - Quais equipamentos você utilizou/utiliza em cada um de seus trabalhos?

RB- bom para gravar com bandas de Metal o ideal é uma guitarra com captação de saída forte, para isso eu tenho a minha Jackson RR3 com pickups Seymour Duncan. um bom pedal de distorção High gain e um amp de potência acima de 100wats de preferência com 4 falantes de 12". Hoje em dia existem pedais simuladores de amps e virtuais que soam muito bem (coisa que não havia na década de 80 e 90).
agora, em outros trabalhos de gravação, tudo vai depender do estilo proposto pelo arranjo, aí vamos adequando o timbre para cada situação. sou um guitarrista que não costumo a "viajar" muito em sons, sou mais tradicional nos timbres.

4 - Como você enxerga esta mudança de estilo ao tocar em trabalhos tão distintos?

RB- para mim sempre foi muito natural, pois a minha formação musical sempre foi muito eclética. Desde a infância fui exposto a estilos musicais bem diferentes. Meu Pai sempre ouvia seus discos de música nordestina (xote, baião, xaxado, etc.), minha mãe fã de Roberto Carlos e meu irmão ouvia muito rock clássico, progressivo, jazz e Bossa nova.

4 - Fale um pouco de sua formação guitarrística e quais foram suas maiores dificuldades na estrada;

RB- minha formação foi 80% auto-didata, os outros 20% foram influência de amigos e meu irmão sempre dando dicas, quando terminei meu 2º grau ingressei na escola Villa Lobos onde aperfeiçoei meu conhecimento teórico.
e após esse período fui estudar com guitarristas que me auxiliaram nas técnicas da improvisação, dentre eles o músico Victor Biglione.

5 - Até aonde as dificuldades de tocar um estilo tão distinto para os padrões do "Rio de Janeiro" te ajudou a formar uma linguagem ou direcionamento musical ?

RB- quando mais novo, nós não tínhamos essa noção de dificuldade, pois tudo era feito com muita paixão e raça. agora, se posso destacar um fator que dificultou essa caminhada foi a falta de informação.Tudo era mais complicado descobrir, vídeo-aulas, livros quando encontrava era muito caro. hoje a tecnologia facilitou muito para um guitarrista iniciante.

6 - Fale de seus cds com a banda Blasterror, Necromanicider e seu trabalho solo atual, como foi gravá-los, e se possível, alguns casos curiosos;

RB- essa pergunta é muito boa pelo seguinte fato: foram discos gravados em épocas bem diferentes. com o Necromanicider a tecnologia para home-studios não existia como é hoje. gravamos em um studio comercial alugando períodos, ou seja, quase que vendemos as calças para pagar essas horas (rsrsrsr).e ainda tivemos que alugar os amps para guitarra!! tudo era gravado em fita ADAT que já era um sistema digital, porém em VHS.
o EP da banda Blasterror já foi produzido no meu home-studio um processo com menos custos e mais liberdade de horários e gravado em Hard disk.
o meu trabalho solo está todo sendo gravado em home-studio, pois a maioria dos músicos que participaram tem studio em suas casas. é a democratização da liberdade musical!

7 - Quais foram as suas maiores influências na guitarra, na música, na sua caminhada no cenário underground e como didata ?

RB- na guitarra são vários, mas posso destacar os mais especiais: Jimi Hendrix, Eddie Van Halen, Yngwie J. Malmsteen, Angus Young, Frank Gambale, Marc Knoffler, Steve Ray Vaughan, Joe Satriani, George Benson, etc.
na música posso destacar: Tom Jobim, J.S.Bach, John Coltrane, Herbie Hancock, Djavan, Metallica, Megadeth, Mr. Big, etc.
No cenário underground eu tiro meu chapéu para as bandas que suaram a camisa, e ainda suam, levando para o público a sua arte em condições técnicas e logísticas (palco, som e iluminação), na maioria das vezes, aquém dos seu talentos.
como didata eu destaco a crescente vontade dos iniciantes no instrumento de alcançar um nível legal musicalmente falando, hoje em dia a tecnologia facilitou muito a vida de todos, por outro lado, também ajudou a criar um imediatismo que não é favorável, pois para chegar num nível de excelência no instrumento requer anos e anos de estudo e prática.

8 - Atualmente você é professor, sideman e guitarrista solo. Fale especificamente de seus trabalhos atuais;

RB- atuo em várias escolas do Rio ministrando aulas e coordenando alguns cursos e workshops e aulas particulares também.
sou músico free-lancer e acompanho cantores e bandas nos "bailes da vida".
também atuo como produtor musical e trabalho em gravações comerciais para cantores e bandas.
e sairei em breve com meu primeiro cd instrumental chamado "O guitarrista do Sinal Vermelho".

9 - Acrescente algo que julgue interessante e que não foi citado anteriormente...

RB- queria citar também a banda Sebastian de hard rock da qual participei e produzi o EP "Open fire to the Enemies" (www.myspace.com/sebastianrockband) foi uma época muito legal em que pude colocar a minha "veia farofeira" para fora (rsrsrsrsrsr).
destacar também algumas gravações relevantes como o segundo CD da dupla Alex e Alex da gravadora MK Publicitá que gerou um destaque legal em minha carreira no cenário gospel.
gostaria de agradecer á Deus, a minha esposa Cris pelo apoio neste meu trabalho e a vcs por me darem a oportunidade de falar da minha vida e carreira.
ouçam as prévias do meu cd instrumental em www.myspace.com/robinhobarreto.

NR – muito bem lembrado! Inclusive vale ressaltar aqui a sua participação com a banda Sebastian no programa de TV “Atitude.com” e os vídeos desta participação no Youtube (ver link no site do Robinho Barreto).

10 – Obrigado!

RB- eu que agradeço!

(por Ricardo Esch)

6 comentários:

  1. Vlw galera, vlw Ricardo!!! excelente trabalho de vcs!!! continuem assim. espero poder divulgar o lançamento do CD instrumental aqui em breve!!!
    (Robinho)

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  2. é um privilégio conhecer esse cara talentoso... Sucesso, Robinho.. vc merece !

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  3. Parabens Ricardo, estréia de gala com o gran de Robinho Barreto!

    Estamos esperando o novo CD Robinho, será um grande prazer ajudar na divulgação desse trabalho.

    Vlw galera!!!

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  4. Parabéns pela entrevista! Robinho é um grande músico e ser humano,e além de um grande amigo.Sucesso ao Blog e ao Robinho!

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  5. Mano show de bola essa entrevista..!!! muito som prati..Que Deus O ilumine Sempre......

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