sábado, 14 de maio de 2011

Resenha - Killers - Iron Maiden

Duos de guitarra sempre me fascinaram, e a primeira banda que me vem a mente quando penso nesse quesito é com certeza a Donzela de Aço. Não posso dizer que foi a primeira dupla de guitar's que ouvi, pois Izzy e Slash já estavam em minha mente, porém após me deparar com o som pesado e cortante de Dave Murray e Adrian Smith comecei a enxergar essa forma de fazer rock de um jeito diferente.



Em 02 de Fevereiro de 1981 era lançado o segundo álbum da banda britânica Iron Maiden, na época a banda era formada por Paul Dianno (vocal), Dave Murray, Adrian Smith (guitarra), Steve Harris (baixo), Clive Burr (bateria). Totalmente diferente do álbum de estreia que tinha uma pegada mais voltada para o punk (uma faceta frequentemente citada como um passo importante para o surgimento do que viria ser o "thrash metal" anos depois). Todas as músicas foram escritas quase exclusivamente por por Steve Harris, contando com apenas algumas pequenas intervenções do restante da banda, que havia substituído a pouco o antigo guitarrista Dennis Stratton pelo promissor e talentoso Adrian Smith, que em minha opinião, além do fato de Harris ser o compositor mor, foi um dos grandes responsáveis pela mudança do som da banda. Como já havia dito no post anterior, o som da guitarra de Smith se entrelaça perfeitamente com os ligados furiosos de Dave Murray, e esse disco de “estreia” mostrou o quão promissora seria essa dupla que se tornaria lendária na história do heavy metal.



O disco começa com a instrumental The Ides of March. O ritmo a lá cavalgada (o qual se tornaria uma das maiores características da banda, fazendo parte de quase todas as composições de Harris no disco) com guitarras gritantes em dueto e um timbre de fazer arrepiar os cabelos do dedão do pé esquerdo.

Wrathchild é a próxima paulada, música essa é a única do álbum que é tocada regularmente, aparecendo em quase todas as turnês do Maiden. Inclusive foi destaque também no game Guitar Hero Encore: Rock's the 80s. No início o baixo de Steve "come solto" com as guitarras avassaladoras de Adrian e Dave despejando bends poderosos entre as estrofes. Os riffs dos finais das frases são executados por toda a banda, o que da ainda mais potência essa faixa.


O início calmo de Murders in the Rue Morgue prepara uma combinação muito legal entre as guitarras, batera e baixo. Ela é baseada na história de mesmo nome de Edgar Allan Poe. "Rue Morgue" é o nome fictício de uma rua em Paris, que se traduz como "Rua da casa dos mortos", no entanto, a única referencia para a história na música é quando duas meninas são encontradas mortas. Quando ouço essa música tenho a impressão de estar ouvindo Deep Purple, acho muito parecido o estilo que são tocados os riffs e a maneira que o vocal é executado. Mas pode ser apenas viagem minha neh? Rsrs.

Another Life "chama para a guerra" rugindo os tambores da batera de Clive e trazendo um solo venenoso logo de cara. Os trutas das seis cordas abusam dos duetos, e é muito interessante a mudança de ritmo que a música traz antes de um solo carregado de delay.

Genghis Khnan é outra faixa instrumental o que me faz curtir esse disco ainda mais. Palhetadas alternadas e frases cheias de echo caracterizam essa faixa. Sem contar aquele finalzinho onde todos vão diminuindo o ritmo gradativamente, é inconfundível!


Innocent Exile traz em minha humilde opinião, o melhor solo do álbum, pois é o que mostra mais explicitamente a diferença da pegada e técnica dos dois guitarristas, é muito legal e perceptível quando termina a parte de um e começa a do outro.

O trabalho das guitarras alternando entre solos e bases com os gritos de Paul ao melhor estilo Motorhead indicam o início da faixa homônima do disco. Frases com guitarras meio que robotizadas dão uma cara diferente na tradicional cavalgada, o solo tem ligados furiosos e arrepiantes, essa merece atenção especial.

Mais puxado para uma balada de hard rock, Prodigal Son é daquelas de escutar no carro, tem uma introdução com acordes arpejados e uma melodia cativante, porém não tem nada de inofensiva, os solos são harmoniosos e bem trabalhados, o vocal mostra o timbre agressivo e bem definido de Paul, o que faz com que os puristas sintam saudade e lamentem o fato dele ter sido demitido pelo grupo devido a problemas com sua performance de palco pois o vocalista estava enfrentando problemas sérios com o uso de álcool e cocaína.

Achei Purgatory meio "mais do mesmo", apesar de manter uma pegada legal, não me chamou muita atenção.

Drifter tem um timbre poluído e instigante, mas assim como a faixa anterior não apresenta muita coisa nova, a não ser o solo que tem uma caída abrupta de ritmo e uma melodia legal de ser ouvida.

Um disco que pode ser olhado como o divisor de águas no estilo musical daquela que é para muitos (inclusive para mim) uma das maiores bandas de Heavy Metal de todos os tempos.

Up The Irons!!!




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