Não foi fácil para Peter Green substituir Clapton nos Bluesbrakers de John Mayall no final dos anos 60. Além do público de Mayall ter diminuído com a saída de Slowhand (apelido de Clapton), as pessoas que apareciam nos shows zombavam do novo guitarrista. Imagine a responsábilidade de tal substituição.
Mas Green transformou céticos em crentes com A Hard Road.
Ele mostra uma influência óbvia de Clapton, mas dá para perceber que ele está ganhando personalidade própria. Supernatural, cheia de reverb, é a faixa em que a guitarra mais se destaca no álbum, pois mostra a inventilidade melódica de Green, assim como sua incomparável abordagem vocal na seis-cordas. Sua versão para The Strumble, de Freddie King, prova que Green era um cara que encarava o blues como poucos. Com engenharia de som de Gus Dudgeon, A Hard Road é também um disco com grande som.
Os timbres de Green são uma porrada na cara, com punch britânico e médios ofensivos. Especula-se que Green plugou sua Gibson num combo Marshall JTM 2x12 com valvulas KT66, conhecido com amplificador "Bluesbreaker" que Clapton usou durante seu períodocom Mayall. Não importa o equipamento que Green tenha usado. A Hard Road continua sendo um dos ápicesdo blues britânico.
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