domingo, 10 de julho de 2011
Entrevista - Isaque Soares
Massacre! Esta é a melhor definição do som da banda mineira Krig e seus riffs de guitarra densos e bem elaborados no melhor estilo Death Metal. Sob o comando das distorções está o guitarrista Isaque Soares, que também tem um vasto trabalho solo em diversos estilos no violão.
1 - Fale sobre o Isaque Soares guitarrista e como entrou no universo da guitarra;
Eu toco violão desde os 12 anos de idade, mas antes eu tocava teclado, que comecei por volta dos 9 anos. Guitarra e baixo eu comecei com 14 anos. Atualmente só em dedico aos estudos de guitarra e violão clássico.
2 - Fale sobre a gravação dos seus álbuns com o Krig desde a composição até a recepção pelo público;
Eu costumo trabalhar nos riffs separados lá em casa, baseado em alguns samplers de bateria. Quando tenho algo mais maduro, já junto com o Vinícios, trabalhamos em pré-produções na Roland TD3 que temos. Então, quando estamos no produto final deixamos o instrumental redondo. A próxima etapa é trabalhar no baixo. Fechando a versão crua da musica instrumental, já trabalho com o Daniel nos vocais. Atualmente temos gravado em um Shure sm58 que tem nos dado um excelente resultado de gravação.
3 - Quais foram os seus equipamentos para cada um dos projetos e qual o seu setup ao vivo ?
Atualmente eu uso o mesmo setup ao vivo em estúdio se tratando das guitarras, que é a minha Ibanez simples de 6 cordas e sem ponte, uso a guitarra afinada em AEADF#B. Para as gravações e ensaios uso O meteoro demolidor, como ensaiamos no apartamento não há necessidade de um ampli explosivo. Nos atende muito bem, descobrimos que quanto mais baixo ensaiarmos melhor para ouvir um ao outro e ficarmos mais entrosados. Como processador de efeito eu uso o meu notebook ligado em uma placa USB MAudio Fast Track 702 com o Software Guitar Rig 2. Não uso pedaleira externa para os shows em função de usar somente em um efeito no show todo.
4 - Seu trabalho solo é bem extenso e muito diversificado no estilo. Como começou isso?
Na verdade o meu trabalho solo seria um lugar que eu me sinto livre para expressar todo o tipo de musica que eu gosto, é uma área livre sem obrigação de agradar a um publico A ou B. Eu faço a musica para mim, se alguém gostar ótimo se não estou feliz assim mesmo. Esse meu projeto é basicamente isso, uma oportunidade de tocar tudo o que sei sem estar preso a rótulos.
5 - Existe a necessidade de um guitarrista de metal extremo flertar com outros estilos em suas composições? Você crê que isso faz perder a essência e o impacto do som?
Eu sou uma pessoa que gosta de musica, não sou apenas um guitarrista de metal, então curto música e várias vertentes, sendo musica. Mas eu sei exatamente separa o momento q estou trabalhando com o krig o momento que estou trabalhando fora do krig. Já vi músicos que tentam adaptar coisas de seus projetos pessoais em suas bandas, o que em muito dos casos acaba tendo a banda como o projeto pessoal. Se a pessoa não souber lidar com as duas realidades que vive certamente vai estragar tudo e perder totalmente a essência e o impacto do som sim.
6 - O que você acha da fusão que algumas bandas de metal fazem com outros ritmos, de certa forma não soa muito artificial ou "forçado" ?
Eu considero que poucos sabem fazer isso, e cito o caso de maior sucesso foi o disco Roots do sepultura. Naquele momento eles chegaram ao ápice de profissionalismo misturando a nossa musica regional. Mas para fazer isso tem o cara tem q ser muito talentoso, tem que estar com produtores visionários e saber o exato momento em que deve se dosar um estilo com o outro.
7 - Como foi o inicio da banda Krig ?
O Krig é uma banda de Death Metal que surgiu em Belo Horizonte/MG no ano de 2007, no mês de janeiro. A idéia partiu de mim, que na época ainda estava no Sabbatariam. A banda a princípio surgiu somente como um projeto de estúdio, somente com dois membros, nada mais que isso. Não tínhamos planos de montar uma banda com mais membros e fazer shows, mas pelo que vocês podem ver não foi bem isso que aconteceu. Depois só juntamos o nosso time e estamos ai até hoje.
8 - Como você definiria "som pesado"? O que é necessário para fazê-lo?
Pessoas confundem o Som pesado com o som ruim. Para quem não conhece acha que um som pesado é um som ruim, mas para quem conhece sabe diferenciar um som pesado de um som ruim. Um som pesado para mim é um som gravado em ótima qualidade com baixos graves, bumbos fortes, guitarras graves e limpas e vocais potentes. Um dos álbuns mais pesados que eu considero é o Black álbum do Metallica, para mim aquele álbum foi gravado com tudo na medida certa. E um álbum não precisa ser de metal para ser pesado. Temos exemplo do álbum do Mike Stern, Big Neighborhood que é um álbum de jazz e super pesado.
O básico para se fazer um álbum pesado é ter equipamentos ponta de linha, acredito que isso seja 80% do peso, os outro 20% vem em técnicas de gravação.
9 - Poderia citar quais foram as suas maiores dificuldades na estrada, com turnês e agenda bem extensas? Como foram resolvidas?
Dificuldades são inúmeras, se eu for começar a citar uma por uma aqui acredito que o leitor não terminaria de ler essa entrevista de tanta depressão (risos). Mas as principais mesmo são a desunião e divisão da cena, preconceito, e discriminação.
Com relação as tour extensas, procuramos sempre nos preparar bem para que tudo ocorra bem. Sempre temos os imprevistos, mas coisas do percurso.
10 - Como você avalia a recepção do publico com o trabalho de vocês?
Acredito que somos bem aceitos com nosso publico, pessoas sempre tem nos comentado positivamente em todos os aspectos, e com relação a isso não temos nada a reclamar graças a Deus.
11 - Qual vai ser o seu próximo lançamento? Alguma coisa nova vindo por aí?
Atualmente estou com muitas atividades em meu trabalho e este ano não estou com tempo para trabalhar com as musicas, mas já estamos com musicas novas, tanto no trabalho do Krig quanto o meu solo. Mas acredito que no ano que vem, as coisas voltem a acontecer. E podem esperar coisas novas sim, que nunca querermos parar.
12 - Você se considera um guitarrista bem sucedido? O que é ser bem sucedido em um estilo, como dizem, para poucos ouvidos (rsrs)?
Eu me considero ultra bem sucedido, toco o que gosto, faço o que quero na musica e não precisei me vender musicalmente para atender qualquer tipo de necessidade, então graças a Deus sou muito feliz por isso, agora é claro que não estamos falando em números, pois estamos em um universo undergroud e os números são muito mais reduzidos , mas estou totalmente feliz com o que sou hoje.
13 - O que você teria a dizer aos guitarristas leitores do blog?
Galera, vamos para de hipocrisia, tem muita gente ai falando demais e fazendo de menos. Brasil tá precisando de mais gente agindo e menos gente filosofando. Vamos lutar por nossa nação, Brasil sempre. Vamos parar também de ficar babando ovo de gringo, vamos valorizar o que é nosso. Viva Santos Dummont, Vila Lobos, Senna, Aleijadinho e Oscar Niemeyer. Conheça o Brasil e a America do Sul antes de ir para Nova Iorque
Sobre a banda: www.whiplash.net/bandas/krig
(por Ricardo Esch)
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grande entrevista!! vlw galera do A.d. T.G. um abrasom pra Galera do Krig. uma das maiores bandas da cena cristã underground nacional!!
ResponderExcluir"Vamos lutar por nossa nação, Brasil sempre."...
ResponderExcluirDisse que o cara que atualmente mora no CANADÁ...
Opinião é uma coisa que muda de acordo com o que vamos vivendo...