terça-feira, 24 de maio de 2011

Review - Perpetual Burn - Jason Becker

Se você acompanha o ATG frequentemente, a chance de saber que sou um grande fã de Jason Becker é grande. Com certeza você também já sabe que Jason Becker é um renomado guitarrista vituose que gravou e excursionou o mundo com a banda de metal neo-clássico Cacophony ao lado de Marty Friedman nos anos 80, bem como a substituição de Steve Vai como guitarrista na banda de David Lee Roth. Infelizmente, a sua carreira foi muito curta, pois Jason foi diagnosticado com esclerose lateral, mais conhecida como doença de Lou Gehrig. Essa doença fez com que Jason tivesse todos os membros de seu corpo paralizados. Assim sendo, Jason passou a se comunicar e até compor usando um aparelho desenvolvido por seu pai, onde é feita a leitura do movimento de seus olhos - como seu estivesse soletrando - e transmitido a um computador. Perpetual Burn foi provavelmente, seu pico em termos de técnica, e isso fica evidente ao longo das 8 faixas dessa verdadeira obra-prima.


Altitudes começa com uma base de string em teclado e em seguida Jason vem despejando bends matadores arpejos precisos. A música tem várias mudanças de nuances e timbres. Cada mudança gera aquele frio na espinha pois é possível sentir a emoção de Jason ao executar essa peça. Me pergunto como um guitarrista pode ter a capacidade de criar tanta coisa boa em uma mesma música.

A faixa título do disco Perpetual Burn , vem abusando dos apaixonantes duetos de Becker, em incessantes arpejos. Chega a dar aflição (no bom sentido é claro). Ao ouvir Jason tocando, fico sem saber como me espressar sobre cada peça sua, sem contar que é quase impossível tentar destinguir o que o cara está fazendo em determinadas partes.

A guitarra falante em Mable Fatal Fable prepara nossos ouvidos para uma verdadeira metralhadora de ligados e arpejos. Essa faixa lembra muito uma sinfonia tocada por violinos furiosos, mas com a bateria martelando pra valer na "cozinha". Jason da uma verdadeira aula de como criar sons loucos e bizarros com ajuda de uma alavanca.

A mais melódica do disco é com certeza a belíssima AIR. Trazendo guitarras em contra-ponto e dueto sem a presença de bateria e baixo, essa faixa encanta e emociona, mostrando que Jason não era apenas um fritador maluco, mas um incrível compositor de obras que se tornaram eternas.


A próxima faixa é Temple of Absurd, que traz frases incendiária de duas guitarras e uma batera devastadora. O timbre é muito interessante, pois mostra que Jason fez escola nesse quesito. Ouvindo algumas músicas de Kiko Loureiro dá pra se lembrar do timbre usado por Becker nessa faixa. O final traz um arranjo ao melhor estilo neo-clássico com um bend de arrepiar no fim.

O início barulhento e pesado anuncia Eleven Blue Egyptians e traz uma base pesada onde Jason manda ver nos ligados com licks rápidos e certeiros. Quando a nuance da música parte para um lado mais "calmo" Becker mostra suas frases bluseiras raivosas, onde a classe e o felling de Jason podem ser apreciados por terraqueos como nós.

Dweeler In The Cellar
vem para fechar o disco como a faixa mais "bagunçada" em termos de técnica. Uma levada de chimbal e aro de batera fazem a cama para as frases tranquilas de Jason. Quando ouvimos um harmônico com um mergulho radical de alavanca a base muda completamente, trazendo mais peso e uma cor meio cinzenta ao som. Os sons bizarros e amedrontantes dessa faixa poderiam facilmente integrar a trilha de um fime de terror. Mais um mergulho e entramos em minha parte preferida do cd. Pedal duplo de batera, bends, arpejose timbres robotizados fazem uma mistura sensacional.

Perpetual Burn de Jason Becker é com certeza uma obra de arte da música instrumental. Sinto pelo atual estado de Jason, pois ouvindo essa peça posso imaginar o quão Jason ainda poderia ter evoluído no instrumento, pois como compositor é possível ouvir suas peças até hoje.
Salve Jason Becker!!!




Um comentário:

  1. Acabei de tomar conhecimento do blog. Jason Becker é fenomenal, e Perpetual Burn, seu auge, sem dúvida nenhuma.

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