quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Exemplos de um Guerreiro

"Poxa, hoje eu estou cansado, hoje não estou afim, hoje vou fazer uma coisa diferente".
Este sou eu na maioria das vezes que olho para minha guitarra pendura no suporte de parede, só esperando a minha boa vontade para empunha-la e estudar. Não que eu não goste ou não precise estudar, mais parece que existe uma força contraria que te empurra para longe da guitarra quando vc realmente tem tempo para se dedicar, e quando eu não tenho esse tempo, ai sim sinto vontade de tocar... Estranho isso... Mais de uns tempos para cá, principalmente depois da ideai de criar esse blog, tenho escutado mais, assistido mais, leio ainda mais e a vontade de ter o instrumento perto de mim tem aumentado. Mais depois da matéria que lí hoje, creio que essa vontade vai aumentar ainda mais...
Aqueles que realmente gostam e conhecem um pouco de rock instrumental, com certeza já ouviram falar em JASON BECKER. E hoje gostaria de compartilhar um pouco da historia de vida (ou devo dizer exemplo?) desse virtuose da guitarra.
Hoje tive a oportunidade de conhecer uma das mais belas gravações de guitarra que já ouvi. Ele está na intrudução de River of Longing de Jason Becker. A peça é uma das novas faixas do recente lançamento de Becker "COLLECTION", mais seu belo prólogo em E maior foi uma das ultimas performances do virtuose. Naquele momento, Becker já tinha dificuldade em segurar uma guitarra, imagina tocar.
"Eu já estava ficando mais lento naquela época" diz Becker, que, cinco anos antes, aos 16, já despontava como guitarrista prodígio, impressionando a cena dos fritadores com CACOPHONY, ao lado de Marty Friedman. Apenas um ano antes daquela gravação, os incríveis fraseados estilo Clapton-encontra-Paganini já haviam lhe garantido o posto de guitarrista- solo do astro David Lee Roth. "Minha mãos tremiam enquanto eu gravava aquela introdução", continua Becker. "Elas não paravam de se soltar da guitarra".
Os problemas de saúde de Becker começaram de repente, quando passou uma noite inteira sem dormir por conta de uma cãibra na perna. "Fiquei meses alongando e correndo, mas minha perna continuava fraca", diz Becker. Privado de se tornar o mais novo, brilhante e rápido guitarista desde Steve Vai e Randy Rhoads (da uma olhada no youtube pra ver os videos antigos dele e entenderá), Becker começou a sofrer atrofias musculares em algumas partes do corpo e não demorou muito para que fosse diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma enfermidade neurodegenerativa muitas vezes fatal, mais conhecida como doença de Lou Gehrig. O guitarrista foi informado de que sua carreira estava acabada e que teria entre três e cinco anos de vida. Isso foi a 20 anos.
"Para sobreviver tanto tempo com essa doença, voce deve ter realmente uma missão de vida", diz Gary Beckel, pai de Jason. "Voce tem de pensar que há algo ainda a fazer, a Jason sempre tem".
Apesar de Becker só conseguir mover seus olhos, ele continua tão ativo quanto qualquer musico. Ele conta com outros guitarristas para mostrar sua obra. Da mesma maneira que se comunica com as pessoas mais proximas (ultilizando um engenhoso sistema de soletração de palavras, por meio dos movimentos dos olhos, desenvolvido junto com seu pai), Jason exprimi sua musica através de produtores como Dan Alvarez e Mike Bemesderfer e guitarristas como Joe Satriani, Steve Vai, Greg Howe, Dave Lopez, Steve Hunther, Marty Friedman Michael Lee Firkins, todos presentes no novo album de Becker.
"Estou em duas faixas do disco, e elas foram gravadas em um intervalo de 15 anos", diz Firkins. A primeira das participações é a épica End of the Beggining , um desafiador conserto de guitarra com 11 minutos de duração. "A faixa está carregada de emoção, pois Jason ainda conseguia falar quando ela foi gravada, mais já não podia tocar, e nenhum de nós sabiamos o quanto ele aguentaria", conta Firkins. "Mas Jason tem mais vontade de viver do que a maioria das pessoas. Agora, 15 anos depois, ele está surpreendendo a todos, apesarde levar mais tempo para formular suas idéias, ainda sabe exatamente o que quer de uma performance de guitarra, e ele sempre alcança seu objetivo. A melhor coisa de se trabalhar com Becker, é que ele não da moleza. Se existe algo que ele não gosta, ele logo fala. A musica continua sendo 100% de Jason".
Quando ele não podia comparecer as sessões e acompanhar os guitarristas convidados em COLLECTIONS, suas músicas chegavam ao estudio prontas, o que ajudou muito a dar forma as performances. "
"Foi um momento incrível ouvir pela primeira vez as músicas de Jason saindo dos alto-falantes", afirma Satriani, que tambem toca em ELETRIC PLAYER OF PEACE . "Jason tinha me enviado arquivos em Pro Tools, mas eu não fazia idéia do tipo de música que havia ali. O que ele tinha composto era maravilhoso e cheio de emoção. Ele não me deu nenhuma instrução especifica, só me pediu para ser eu mesmo ao conduzir composição para onde eu acha-se melhor. Foi uma grande alegria fazer parte dessa canção. Apenas pluguei a guitarra e deixei a musica me levar".
"Tudo começa comigo trabalhando junto com meu pai, para compor, o que levar um bom tempo", diz Becker. Dou a ele algumas notas e então as colocamos em uma matriz para podermos editar cada parte e cada nota-e trocá-las de lugar. Depois nós sobrepomos os canais até eu ter a musica completamente escrita. Em seguida Dan e Mike aparecem para editar, fazer os ajustes e deixar tudo perfeito e profissional. E eles registram os musicas junto comigo. Fazer música assim da muito trabalho, mas é uma ótima maneira de substituir a execução na guitarra, pois sinto a mesma sensação de quando tocava".
"Jason é o produtor/compositor", acrescenta Bemesderfer. "Eu e Dan somos apenas as mãos". "É bem tranquilo fazer as edições com Jason, pois ele sabe exatamente como plataformas Pro Tolls e Logic funcionam e como as utilizar para lapdar as partes, reais ou sequenciadas, até que elas fiquem perfeitas."
"Quando você ouve desde o material gravado por Jason em seu auge até as coisas mais recentes, percebe que não há descontinuidade".
Isso nos deixa uma forte mensagem: As pessoas realmente podem fazer coisas incriveis quando querem".


sábado, 7 de novembro de 2009

Andreas Kisser fala sobre bandas de White Metal


Admito que sou leigo no assunto e tive que fazer uma pequena pesquisa para entender a união da música pesada com a temática gospel. O metal cristão, ou qualquer outro estilo musical cristão, prega a palavra da escritura Sagrada, a Bíblia. As letras contam com passagens e frases totalmente inspiradas no livro.

Em todas as religiões, a música é usada em seus rituais, e na fé cristã não é diferente. Geralmente o acompanhamento das vozes nos corais é feito com um órgão de tubos, instrumento utilizado com maestria pelo compositor luterano alemão, Johann Sebastian Bach (1685-1750), um dos maiores músicos da história, que escreveu muitos temas inspirados na Bíblia como, por exemplo, a “Paixão de Cristo Segundo Mateus”. A música de Bach é muito apreciada pelos músicos de heavy metal e influenciou muitos guitarristas e tecladistas do gênero.

Nas igrejas do Bronx, bairro em Nova York, também é utilizado um órgão elétrico acompanhado por bateria, baixo, guitarra e sopros, com corais muito animados, que fazem dos cultos uma verdadeira experiência. Esta música de temática gospel também influenciou muito o blues e o rock.

Com o passar do tempo, a igreja cristã foi se transformando e adotou outras formas musicais de expressar sua fé. Hoje, vários estilos musicais fazem parte da rotina das comunidades cristãs, fora e dentro do Brasil.

A primeira banda de heavy metal cristão, que levou o estilo ao mais alto nível, foi o Stryper. A banda californiana se inspirou na Bíblia para dar nome ao grupo, compor o visual e as suas letras. O estilo musical adotado pelo banda foi o que rolava na época, final da década de 80, o auge da era “poser metal” ou “glam metal”.

Bandas como Mötley Crew, Poison e Cinderella estavam começando o seus reinados nas arenas norte-americanas. Guitarras distorcidas, solos de guitarra e muita maquiagem. A inspiração do Stryper (que vem do termo stripe, que significa faixa, listras, tiras) veio de um verso da Bíbla, Isaías 53:5, que declara: “Através de suas faixas seremos curados”. A marca da banda são faixas preta e amarelas que causam um efeito visual único. O disco de maior sucesso foi “To hell with the devil” (”Ao inferno com o diabo”), de 1986. Uma parte da letra dizia:

Speak of the devil / He’s no friend of mine / To turn from him is what we have in mind / Just a liar and a thief / The word tells us so / We like to let him know / Where he can go / To hell with the devil / (Mensagem do diabo / Ele não é meu amigo / Desviar de seu caminho é o que temos em mente / Ele é simplismente um mentiroso e um ladrão / A “palavra” nos fala / Nós gostaríamos de avisá-lo / Aonde ele poderia ir / Ao inferno com o diabo).

Outro grupo norte-americano que toca um metal mais alternativo, mesclando vocais agressivos com vocais melódicos é o P.O.D. (a sigla significa “payable on death”, que português lieral quer dizer “pagável na morte”). É um termo técnico muito usado em bancos nos EUA quando uma pessoa morre e alguém herda seus bens. É necessário que uma pessoa morra para outra herdar seus bens. Isso é uma referência da banda a Jesus Cristo, que segundo o cristianismo, morreu por nós, pagando e perdoando nossos pecados, dando-nos a chance de sermos salvos. A banda já vendeu milhões de cópias, desde sua formação na metade da década de 90, com letras como: “Psalm 150″ e “Abortion is Murder”:

Abortion is murder / There’s nothing you can say or do / To justify the fact / That there’s a living breathing baby inside of you (Aborto é assassinato / Não há nada que você possa falar ou fazer / Para justificar o fato / De que existe um ser vivo respirando dentro de você).

Outro conceito interessante sobre as bandas cristãs vem do músico Tim Lambsis, do grupo norte-americano As I lay dying (Enquanto estou deitado e morrendo), ele diz: “Não tenho certeza qual é a diferença entre cinco cristãos tocando numa banda e uma banda cristã. Se você realmente acredita em algo, então isto afetará todas as áreas da sua vida. Todos nós da banda somos cristãos. Eu acredito que a mudança começa comigo primeiro, e a consequência é que as nossas letras não soam como sermões. Muitas de nossas músicas são sobre a vida, erros, relacionamentos e outros assuntos que não se encaixam necessariamente em uma categoria espiritual. Entretanto, todos estes tópicos são escritos de um ponto de vista cristão”. Um ponto de vista interessante, onde se pode expressar com um pouco mais de liberdade, sem perder a fé nas crenças.

No Brasil, o maior exemplo de banda critã é o Oficina G3. Um grupo de músicos super talentosos, que tocam uma música pesada e bem elaborada. Os vocais também se intercalam entre mais agressivos e melódicos e os solos de guitarra de JuninhoAfram são de primeiro nível. Veja a letra da música “A Ele”:

Se eu pudesse explicar ao mundo / O que é andar contigo, Oh Deus! / Minhas palavras não poderiam expressar / O Teu poder / O Teu imutável amor / Falar de Quem foi, que é e sempre será Deus!

No heavy metal mais extremo, a banda mais expressiva vem da Austrália: o Mortification. O som é brutal e super agressivo, mas inimigos do mal. Veja a letra de “Blood Sacrifice”:

Christ he was inflicted / He took the sin of man / Bleeding on a woodencross / God’s eternal plan (Cristo foi infligido / Ele tirou os pecados do homem / Sangrando em uma cruz de madeira / Plano eterno de Deus)

Bom, creio que deu pra entender um pouco e conhecer algumas bandas do white metal. Para mim, foi um aprendizado e acho que todos os músicos, independentemente do estilo e da mensagem, tocam porque amam a música e se beneficiam da liberdade que ela representa.

Conheci vários países, de culturas, ideias e religiões distintas, sempre aprendendo alguma coisa nova e, com isso, respeitando e tolerando diferentes maneiras de se ver a vida e o mundo

Aprender a respeitar é aprender a viver em Paz.


fonte: yahoo noticias